quinta-feira, 27 de outubro de 2011

OS INEVITAVEIS DESERTOS DA VIDA




Essa semana pelo Twitter, uma Irma querida na fé, postou a seguinte frase: O Senhor nos leva ao deserto em algumas situações pra ouvirmos de perto a voz Dele!!! No silencio do deserto ela se torna mais clara... E de certo modo essa frase confirmou algumas idéias e sentimentos que eu vinha trazendo no meu coração; desertos são necessários.
Dentro da linguagem eclesiástica, a linguagem falada no meio da igreja, o termo deserto tem forte representação de lugar indesejado, de tribulação, de obstáculos a serem vencidos. Isso se dá por uma analogia aos longos anos de sofrimento que o povo de Deus viveu enquanto perambulavam pelo deserto, e também pela experiência vivida por Jesus quando esteve quarenta dias em peregrinação. E é esse episodio que eu quero usar para ilustrar o que eu gostaria de falar.
Quero usar o trecho do evangelho de Lucas (Lc 04:01 a 13) para tentar mostrar a trajetória, o percurso na vida do homem e da mulher que decide seguir a Deus.
A Bíblia Sagrada diz no inicio da passagem que Jesus estava cheio do Espírito Santo e que esse Espírito o moveu, o conduziu ao deserto. Assim vive aquele que tomou a decisão de verdadeiramente entregar a sua vida ao senhor, o Espírito de Deus passa a ser o seu guia. A partir daí o Espírito Santo conduz os seus passos, e nem sempre por locais seguros, mas também às vezes o leva ao deserto, quando assim for preciso. Mas independente da direção e do lugar o importante é exatamente isso, deixar-se ser conduzido por Ele...
A certa altura da passagem Jesus sente fome, e então o Diabo aproveita a fraqueza física do Mestre e começa a tentá-lo. Não adianta tentar negar, por mais firmes que possamos estar na presença de Deus, a natureza humana nos torna suscetível a falhas, dores, sujeitos a dificuldades. E é exatamente nesses momentos que o inimigo da Cruz de Cristo se aproveita para lançar as suas flechas envenenadas contra a nossa vida. Nessas horas surgem propostas de todos os tipos, onde “amigos” nos fazem convites, nos oferecem soluções que num primeiro momento são tentadoras, mas que depois revelam sua face real e nos afundam em mais problemas ainda...
Jesus foi tentado exatamente nos pontos mais frágeis do ser humano, pois ainda era humano. Foi tentado nas suas necessidades primarias, físicas, materiais, foi tentado na soberba e no poder, foi tentado na sua autoconfiança e no seu ego.
Ali o Diabo representa uma força detentora de poder, com autoridade e capaz de dar coisas grandes e sedutoras. Forças como essas surgem a todo o momento na nossa vida, oferecendo pactos e sociedades ímpias em troca de sucesso, glamour, dinheiro e etc...
Por fim o Diabo desafia Jesus como o filho de Deus. Numa tentativa de questionar a sua autoridade ou ainda de persuadi-lo a querer ser como o próprio Deus. Jesus enquanto homem nunca almejou ser Deus, foi servo até o ultimo instante, até ser exaltado na sua gloria. Ali vemos o mais claro exemplo da humildade de Cristo. Nesse trecho podemos ver o Diabo agindo dentro do nosso “Eu”, naqueles momentos onde achamos que já sabemos tudo, que já ouvimos de tudo... É o momento onde Jesus deixa de ser o centro da nossa vida, o personagem principal da nossa historia, dando lugar ao egoísmo e ao egocentrismo e por que não falar, a soberba.
No verso doze Jesus nos ensina que não se deve por a prova o Senhor. O Demônio conhecia a palavra e manipula essa palavra em vontade própria. Quantos de nós nos tornamos fariseus, conhecedores da lei. É nesse momento onde achamos que sabemos demais, achamos que somos detentores de toda razão e de tudo que existe, é aí que começamos a manipular a palavra de Deus em beneficio próprio, na tentativa de justificar as nossas faltas e os nossos pecados. Guerras surgem por atitudes como essa. Injustiças de todo o tipo são praticadas, e tudo isso, por mais bárbaro que pareça; em nome de Deus...
Mas Jesus permaneceu firme no Espírito Santo; o mesmo espírito que o levou aquele lugar, foi quem o sustentou diante de todas as investidas do Diabo.
Do mesmo modo é com a nossa caminhada, convém que surjam desertos, mas se nos ampararmos no Espírito do Senhor seremos guardados do mal. Devemos cultivar dia a dia a intimidade que temos com o Pai para que tenhamos onde encontrar força quando as lutas aparecerem.
O Deserto também é lugar de purificação, é o lugar de renovo de forças. Como menciona a citação que usei no inicio do texto, no silencio do Deserto a voz de Deus se torna mais audível. Isso nos mostra que mesmo estando na mais profunda luta, física, emocional ou espiritual, você pode contar com a ajuda do Pai. E se você buscar por essa ajuda, a palavra se cumpre, e o Diabo foge em disparada. Você vencerá todos os obstáculos e sua vida se encherá de alegria por ter passado pelo fogo, e pelo deserto, e você se tornará um vencedor, aprovado pelo Pai.
E eu termino esse texto com outra palavra de Deus, que complementa o sentido da mensagem, quem sabe falaremos mais sobre ela numa próxima oportunidade!!
         “Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide [...], todavia, eu me alegro no Senhor, exulto no Deus da minha salvação.” Habacuque 03:17,18


Por Cristo, Com Cristo e Em Cristo...
         

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

CUIDANDO E SENDO CUIDADO


Há dias venho acompanhando pessoas compartilhando nas redes sociais um cartaz dizendo assim: Grande campanha pela vida: cada um cuida da sua. Participe você também. E pensava a respeito disso, de como o diabo conseguiu iludir as pessoas dizendo que cada um deve se importar consigo mesmo. Claro que escrevem e divulgam isso para dar indireta aos fofoqueiros de plantão, mas ela traz uma mensagem de que ninguém tem nada haver com aquilo que eu faço. E é justamente sobre isso que o Incomodado Rodrigo quer falar.
Desde a fundação da Terra já existia o que chamamos de a perfeita comunidade, Pai, Filho, Espírito Santo: a Trindade. O Senhor quando cria o ser humano deseja que ele também experimente essa vida em comunidade, ou seja, de relacionamentos. Para isso ele cria Adão, lhe faz uma auxiliadora, Eva, e lhes dá filhos, Caim e Abel. No entanto, o astuto inimigo de nossas almas planta no coração de Caim sentimentos que não condiziam com a vida em comunidade levando-o a praticar o primeiro homicídio, de que temos conhecimento da Bíblia. Então quando o Senhor vem perguntar para ele por seu irmão ele responde: “Por acaso sou guarda do meu irmão para saber onde ele está?”. Gn 4:9
Aqui está o princípio de se viver em comunidade: um cuidando do outro. Fomos seres criados para viver em comunidade, para cuidarmos uns dos outros, para prestarmos contas uns aos outros. Interessante que esta expressão uns aos outros foi utilizada diversas vezes no Novo Testamento, não apenas por Paulo, mas pelo nosso Senhor Jesus. Então, de fato, deve representar algo significativo para aqueles que se dizem seguidores de Jesus. Pois não existe cristão que viva sozinho e que não deva satisfação de sua vida para alguém. O próprio Jesus nos ensinou pelo exemplo. Ele caminhou, ajudou, ensinou, discipulou de perto 12 homens, que andavam com ele, comiam com ele, dormiam ao seu lado, choravam, se alegravam com ele, cuidando uns dos outros.
A Palavra nos diz que devemos amar o próximo como a nós mesmos e isso a lei nos ensinou no Antigo Testamento, porém Jesus nos traz um novo mandamento nos dizendo que devemos amar aos outros como Ele, Cristo, nos amou. Forte, não é?!
Por isso te convido a refletir sobre isso e aproveito para lhe perguntar: você tem um discipulador, um mentor espiritual, alguém que você pode se abrir, que caminha, que ora com você, que te confronta, que te corrige, que te ajuda em sua caminhada com Cristo?
Da mesma forma que você precisa de ajuda também existe alguém precisando de você. Pense nisso!
Forte abraço, na paz do Senhor.