segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Eu Ainda Acredito na Comunidade da Fé - Parte Final




Vimos anteriormente que ainda acredito na comunidade da fé, porque fomos criados para viver em comunidade, porque na comunidade vivenciamos o cuidado uns aos outros e porque...

 NELA MANIFESTA-SE O AMOR!

Jesus em sua última semana, antes de sua morte, entregou um novo mandamento para seus discípulos, João 13:34-35.

Muitas vezes focamos nossa visão naquilo que nos fizeram de ruim ou naquilo que deixaram de fazer, mas não olhamos o que fizemos ou deixamos de fazer por alguém que precisava de mim.

O amor deve estar além do nosso discurso, mas impregnado em quem nós somos, nas ações do dia a dia, de modo simples e natural, fazendo parte de nossa essência. Onde o “eu” é substituído pelo “nós”. A exemplo dos cristãos do primeiro século que se dedicavam uns aos outros de forma voluntária.
Cristianismo é viver em direção ao outro. Precisamos nos agarrar nos ensinamentos do Mestre e crer que é Ele quem nos capacita.
Deus nos criou para vivermos em comunidade; para que fossemos cuidados uns pelos outros; para que manifestasse seu amor.

Assim como eu você pensa ou já pensou em desistir? Ao olhar para sua comunidade você não vê esperança? Quem sabe já perdeu até mesmo a vontade de congregar?

Quero te dizer que há esperança e que podemos ser e fazer a diferença onde estamos. Digo a você que a obra é de Deus, que não está ausente nem indiferente ao que passamos. Não desista, não pare! Oremos para que não entremos na estatística dos sem igreja. Lembrem-se de que o nosso trabalho no Senhor não é vão. Ele está contigo, Ele está conosco. Aleluia!


Rodrigo   

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

O AMOR PROCEDE DE DEUS!!





“Simão, filho de Jonas, tu me ama?” ( Evangelho de João Cap. 21:15 a 17)


Durante toda a história que encontramos na narrativa bíblica das Escrituras Sagradas encontramos o nosso Deus numa busca rumo ao relacionar-se com a sua criação. Desde Genesis até Apocalipse, o Pai age não só tomando a iniciativa, mas também estimulando a humanidade nesse relacionamento. E nessa ação, ao contrario de toda aquela onda de oportunismos e interesses que permeiam os sentimentos humanos, nós encontramos um sentimento autêntico, onde há justiça, mas também compaixão, onde há cumplicidade, e a manifestação do mais puro amor!!

João 03:16 diz que “.. Deus amou o mundo de tal maneira que entregou a vida do seu filho, Jesus, em prol da humanidade...”

Somente aquele que é capaz de amar deliberadamente e poderosamente pode se doar de tal maneira...
E nós, entretanto, passamos a nossa vida toda construindo ou tentando construir laços de afinidade, alguns desses laços permanecem, outros desaparecem ou se perdem pelo caminho. Contanto, em todos eles amor é o sentimento que rega, que alimenta esses relacionamentos, é ele que determina o sucesso ou o fracasso deles... Mas de onde vem esse amor?

Pedro amava o Senhor Jesus, sem dúvida nenhuma ele O amava. Porém esse amor se revela um sentimento incompleto, incapaz de suportar provações porque sucumbe à perseguição e ao medo, e pela prevalência do medo ele acaba traindo o seu Senhor.

“O verdadeiro amor lança fora todo o medo...” (1 Jo 4:18) -  É nesse momento que as palavras do Apóstolo João nos viria à mente. E é claro que podemos concordar que o verdadeiro amor é capaz de destronar o império do medo em todas as suas estâncias, mas eu te pergunto novamente: Que amor é esse? O amor que vem de mim tem esse poder? De onde vem esse amor?


Pois é no mesmo trecho bíblico que nós encontramos a resposta: “...O amor procede de Deus” (1 Jo 04:07) – Pois Deus é amor!

Se olharmos pro texto original em grego do Evangelho de João no capitulo 21 versos 15 a 17 encontraremos um jogo de palavras onde são empregadas os verbos Ágape e Fileo, duas conhecidas representações sobre o sentimento do amor.

Primeiro Jesus pergunta se Pedro o amava – “Simão tu me amas?” - utilizando o verbo ágape (vs 15), ou seja, o amor verdadeiro, o primeiro amor, o amor do Criador para com a criatura. E Pedro ciente de que não era capaz de amar à altura e ainda constrangido com o que havia acontecido, responde utilizando o verbo fileo“Sim Senhor, sabes que te amo.” -  o amor humano, imperfeito, incompleto, o amor que pode se tornar vulnerável frente a qualquer circunstância.

Mas no verso 17 Jesus inverte os termos e emprega a palavra fileo na pergunta a Pedro, ou seja, ele enxerga que Pedro assim como todos nós era um homem falho, e de certo modo Ele aceita a resposta do apostolo. Deus busca o nosso amor, mas Ele mesmo sabe que nós somos incapazes de praticá-lo sem a dependência Dele. E Pedro, como o texto diz, entristecido responde confirmando aquilo que Jesus podia perceber - “Senhor tu conheces todas as coisas, sabe que eu te amo...”

Aqui vemos a humildade necessária que cada um de nós devemos ter pra dizer: Senhor tu sabes que eu sou um pecador, e que eu sou limitado na minha maneira de amar, sou completamente dependente do Senhor, meu sentimento ainda incompleto só pode se tornar completo por intermédio do Senhor...

Penso que isso se aproxima daquilo que o Apóstolo Paulo disse na sua carta aos Romanos no capitulo 07 versos 19 – Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse eu faço – Dói fazer o bem, gasta tempo, atrapalha, às vezes custa caro. Nosso amor é imperfeito; por mais caridoso e generoso que possa ser o homem ou a mulher, ele é facilmente convertido em egoísmo e individualismo.

É no criador que se revela a perfeição dos relacionamentos. É em Cristo que famílias são construídas da maneira como devem ser, pilares da sociedade, firmes sobre a rocha, onde o homem conhece o seu lugar, respeita a sua esposa e ela a ele. Onde os filhos são capazes de honrar seus pais, e esses por sua vez conseguem mostrar o caminho certo por onde os filhos devem andar. (Ef 05 e 06), (Pv 22:6)

Em Jesus é que os jovens podem abandonar todo o egocentrismo comum dessa idade, olhando uns para os outros como pessoas e não como objetos, que são usados e descartados a todo o momento. Nesse amor eles seguem vivendo tudo aquilo que a sua juventude é capaz de lhe proporcionar, mas cientes da responsabilidade que tem/terão diante do Senhor. (Ec 11:09)


É só em Jesus que o amor derruba tabus, desfaz paradigmas a ponto de eu olhar pro meu irmão caído na estrada e reconhecê-lo como meu próximo, deixando de lado todo tipo de preconceitos e não pensando em absolutamente mais nada a não ser ajudar... (Lc 10:30,37)

Nele o amor transforma servos em amigos, e servir deixa de ser um jugo, doar-se não é perder, mas ganhar. (Jo 15:13,15). Em Jesus o amor transforma amigos em irmãos!! (Pv 17:17)

Só à luz do amor de Cristo um pai é capaz de receber o filho que um dia virou as costas pra ele e para tudo mais, e ficar tão alegre a ponto de sentir como se aquele filho tivesse voltado à vida. É só nesse amor que esse mesmo filho consegue enxergar tudo que deixou pra trás e tomado de arrependimento, voltar a viver. (Lc 15:11,32)

Só esse amor tem poder para ressuscitar mortos e também vivos, anunciar liberdade, libertar cativos, trazer vista aos cegos... (Lc04:18,19)

E cego somos eu e você que mesmo tendo uma boa visão, muitas vezes não enxergamos que não somos capazes de amar sozinhos, não percebemos que relacionamentos vivem na dependência do outro, que o outro é o espelho por onde se reflete todo o afeto...

No dialogo entre Jesus e Pedro, a intenção do Mestre era avaliar o quão sólido era o relacionamento que existia entre o Apóstolo e Ele. O sentimento que partia de Pedro deveria não só alcançar a Jesus, mas também ir além e dar conta de cuidar do seu rebanho, suas ovelhinhas, e Simão não teria conseguido sozinho.

E do mesmo modo, Jesus se apresenta pra mim e pra você, como fonte inesgotável desse amor, para que através Dele sejamos capazes de cumprir seu maior mandamento...

Amá-lo e Amar-mos uns aos outros, assim como Ele nos amou!! (Jo 13:34)


Por Cristo, Com Cristo e Em Cristo.
José Idamar Evangelista.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Eu Ainda Acredito na Comunidade da Fé - Parte 2



Porque NELA VIVENCIAMOS O CUIDADO.

Nos versos 8 e 9 do capítulo 4 de Gênesis Caim se revolta contra seu irmão Abel vindo a matá-lo. E o que me chama atenção é a resposta de Caim quando Deus pergunta onde estava Abel: “Não sei; por acaso, sou eu tutor do meu irmão?”

Claro que sabemos a resposta. O real propósito de cuidarmos e sermos cuidados. Um dos princípios da vida em comunidade é este: o cuidado uns com os outros, expressão que aparece no Novo Testamento por pelo menos 64 vezes, princípio que precisa ser restaurado e vivenciado nos dias de hoje.

Quantas pessoas estão frustradas e decepcionadas buscando o que sua comunidade de fé deveria proporcionar a elas.

Estamos o tempo todo lidando com pessoas, nos relacionando e relacionamentos que muitas vezes nos machucam. Você pode estar passando por este momento, vivendo uma situação onde pensa em abandonar sua comunidade de fé. Mas abandonar sua comunidade ainda não é o melhor caminho. Podemos até sofrer menos, mas também deixamos de crescer.

Precisamos buscar alguém com quem possamos compartilhar nossas dores, alegrias; alguém que nos ajude ajustar o foco quando o perdemos; alguém que nos confronte, mostrando nossos erros e pecados; alguém que nos abrace, que caminhe lado a lado conosco.

Por isso te convido a refletir sobre isso e aproveito para perguntar: você tem um discipulador, um mentor espiritual, alguém que você pode se abrir, que caminha, que ora com você, que te confronta, que te corrige, que te ajuda em sua caminhada com Cristo?

Talvez este seja o seu e o problema de muitos cristãos, pessoas que caminham sozinhas.
“Não há como ser peregrino solitário neste caminho. Precisamos desesperadamente de orientação, de direção dentro dele. Hoje, confesso, minha alma necessita mais do que nunca entregar-se a alguém que já conheça e já tenha experimentado muito mais intensamente os altos e baixos desse caminhar, os atalhos a ser evitados, a direção certa nas muitas encruzilhadas, os momentos iluminados do caminho, bem como a ‘noite escura da alma’, quando as sombras nos convidam a desistir”. (Pedreira, 2005: 305 – citado no livro Humanos graças a Deus de Jonathan Menezes)

É certo que enfrentaremos decepções, frustrações, seremos magoados assim como magoamos e machucamos também. Mas é ali em meio a pessoas diferentes, de pensamentos muitas vezes opostos, com vontades divergentes é que temos oportunidade de nos unirmos em Cristo. Sabendo que Ele é o Senhor e está cuidando de nós. Ele vê os sofrimentos e as dificuldades que enfrentamos e posso te afirmar que Ele sempre providencia alguém para manifestar seu amor e sua presença em nossas vidas. 

Eu ainda acredito na Comunidade de Fé... continua.



Rodrigo

domingo, 15 de setembro de 2013

Eu AINDA acredito na Comunidade da Fé - Parte 1

Enquanto o mundo vai se tornando cada vez mais frio, cresce todos os dias, o número dos sem igreja, os chamados evangélicos não praticantes. Aqueles que crêem, mas que não pertencem a nenhuma denominação. Pessoas que se desencantam com a “denominação” porque suas experiências denominacionais não se identificam com as expectativas de Deus para a comunidade da fé.

De acordo com uma pesquisa realizada pelo IBGE, na reportagem O novo retrato da fé no Brasil, publicada pela revista ISTO É em agosto de 2011, é cada vez maior o número de fiéis sem vínculo denominacional. O que antes era de 0,7% saltou para 2,9%, ou seja, mais de 4 milhões de pessoas. Números que infelizmente tendem a crescer, em tempos de individualismo, consumismo, competição, relativização da verdade, onde cada um escolhe o que crer, retirando o que desejam das prateleiras no mercado gospel. Gerando indivíduos enfermos na alma e nos relacionamentos.

Diante deste quadro, talvez você se pergunta: afinal, pra que serve a igreja? Qual a função da comunidade cristã nos dias de hoje?

Destes questionamentos nasceu esta mensagem. Desejo compartilhar com vocês apresentando algumas razões de porque EU AINDA ACREDITO NA COMUNIDADE DA FÉ.



1.      Acredito porque DEUS NOS CRIOU PARA VIVERMOS EM COMUNIDADE.

Assim como o próprio Deus vive em comunidade, Pai, Filho e Espírito Santo. Ele deseja que o homem, que até então no momento de sua criação estava só, tenha a experiência da vida em comunidade. Para isso lhe fez uma auxiliadora e lhes deu filhos, Caim e Abel. Ali foi formada a primeira comunidade a qual o ser humano pôde vivenciar: a família. Criada com o intuito de cuidarem uns dos outros, viverem em comunhão, intimidade e amor.

É na comunidade que se concretiza a oração de Jesus a respeito de Deus e seus discípulos: “que sejam um”. É na comunidade que experimentamos a vida em comunhão. Precisamos entender que comunhão não tem haver com unanimidade e igualdade, onde todos pensam o mesmo e são iguais. Comunhão é unidade na diversidade; é ter Cristo como centro; é partilhar. Ler Atos 2: 42-47.

Cristo é o elo que nos une. E a comunidade da fé deve ser esse lugar de se manter viva a obra e as palavras de Jesus; de se manter viva a oferta do amor de Deus em resposta a solidão humana; lugar de aceitação, perdão, de reconciliação. Lugar de vida e de transformação, onde a presença e o Reino de Deus sejam manifestos a todos. Onde a cada dia novas pessoas sejam alcançadas e se sintam parte daquela comunidade estando prontas para cuidar de outras.

Eu ainda acredito na Comunidade da fé... continua.


Rodrigo