sábado, 13 de setembro de 2014

POR QUE NÃO ABANDONAR A FÉ?



 





Crises, quem nunca passou por uma delas que atire a primeira pedra. Seja ela no casamento, namoro, finanças e até mesmo as crises de fé -  mas como assim, crente tem crises de fé? E como! A quem diga que as crises fracas revelam uma fé forte e as crises fortes revelam uma fé fraca.  Antemão o que entendemos por fé? Elienai Cabral Jr diz que “fé é a necessidade de acreditar e aderir a algo que eu ainda não conheço inteiramente”. Fé é um mundo invisível, onde trilhamos por caminhos que ouvimos falar, que nos indicaram, um anseio em experimentar o que a vida tem a oferecer.

Quando decidimos criar um projeto e depositamos nossa fé a cerca da realização, temos expectativas do melhor, acreditamos e somos otimistas. Quer um exemplo? Sou Palmeirense, meu time subiu novamente a principal divisão do campeonato brasileiro e como um bom torcedor, depositei muita fé que esse ano de 2014, no ano do centenário do clube, iria dar risada à toa, pois bem... Na metade do caminho o inesperado aconteceu (ou não rsrs), o time foi de mal a pior e acabamos amargando uma bela de uma crise em meio ao ano que deveria ser na teoria o ano de festa. A crise apareceu porque algo deu errado. A crise surge na adversidade.

Exercitamos nossa fé quando encontramos o imprevisível pelo caminho, ninguém vive sem fé, temos fé porque estamos sujeitos a exercê-las nas adversidades.

Em meio às crises então vem à pergunta, por que não abandonar a fé? Corremos para o livro do profeta Daniel e aprendemos com três homens, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, que estão sujeitos a perderem suas vidas por manterem a fé em seu Deus (Cap. 3). Nesta ocasião os três amigos de Daniel contrariam a ordem do rei Nabucodonosor e o ridicularizam a frente dos demais. Pronto à crise estava instaurada, mas apoiar a fé no deus babilônico  e negar sua fé no Deus dos judeus era algo inquestionável...

Quando os rapazes mantiveram sua fé logo souberam que estavam assinando suas sentenças de morte.

Elienai Jr acrescenta, Uma fé torna-se resistente quando de tão real coloca risco a própria pele de quem a professa. Uma fé com tal comprometimento não pode ser preterida tão facilmente. Uma fé que para desistir dela é necessário abrir mão do que vale a própria vida é legítima demais para deixar de insistir nela”. 

Minha oração é para que Deus acrescente fé em meio às crises, que Ele nos livre do mal dia a pós dia, e se Ele não nos livrar que ainda assim possamos manter nossa fé resistente no Pai.  Que em meio às crises eu possa contar com o corpo de Cristo me auxiliando no exercitar da fé.  Juntamente com aqueles três jovens que foram lançados em uma caldeira fervescente foi vista uma quarta pessoa (Dn 3;24-25).

Que nossa esperança esteja n’Aquele que nos acompanha. 


Thiago Cantanti
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terça-feira, 24 de junho de 2014

ATÉ ONDE VOCÊ VAI POR SUAS PRÓPRIAS FORÇAS?






Crescimento, expansão, sem dúvida essas são palavras que permeiam a mente aflita de muitos líderes cristãos, é a máquina, o motor que move e impulsiona a vida dos obstinados, quer seja pelo amor a obra de Deus, ou pela ambição característica do ser humano. Nessa ânsia de cumprir o “Ide de Cristo”, na propagação do Evangelho, frente aos inúmeros desafios que tal tarefa impõe, abre-se mão de tudo o que estiver ao alcance para se ter sucesso nessa empreitada.
No entanto, todo esse desejo eloquente traduzido pelo sonho de ver o Reino de Deus avançando pelas fronteiras do mundo é também um convite irresistível ao perigo do tropeço, e consequentemente uma porta aberta as inúmeras incertezas, que cada dia mais tem surgido no seio da historia da igreja.
Assim, os líderes de igreja vivem na fronteira da necessidade verídica de crescimento e a probabilidade de uma ênfase demasiada nos números. E isso faz com que por muitas e muitas vezes uma condição indispensável à um crescimento maduro e saudável seja descartado: A dependência do Espírito Santo.
Cada vez mais temos observado a profissionalização dos ministérios, a automatização dos templos, a incrementação de toda indumentária eletrônica de áudio e vídeo. Os pastores se aperfeiçoam em técnicas de preleção, de persuasão, somadas aos já tradicionais cursos de caráter teológico.

Mas esses não são efetivamente os problemas. É claro que seria muitíssimo proveitoso ter-se uma pedagoga experiente para cuidar das nossas crianças, adolescentes e jovens. Uma verdadeira benção seria ter músicos com alto conhecimento técnico, exímios compositores, polivalentes em talento. Fenomenal seria ter uma equipe administrativa, peritos em equipamentos de som, com conhecimento aprofundado em
técnicas de marketing, relacionamento interpessoal, decoradores, designers, etc. Quão precioso seria um pregador carismático, eloquente, com boa presença de palco, boa articulação. Com certeza, todas essas coisas seriam de grande utilidade na expansão do Reino. Mas a questão é que, sem a ação do Espírito Santo de Deus, todos esses talentos são inúteis ou superficiais, e como assim o são, só alcançam as superfícies da alma humana.
Faz-me lembrar do episódio da história do líder bíblico chamado Gideão (Jz 7:1-8). Do exemplo claro de dependência, ao qual, o próprio Deus o coloca.
Gideão foi um dos lideres do povo Hebreu, que eram chamados de Juízes. Desde o inicio da sua narrativa Deus se apresenta a ele e deixa claro que apesar de todas as suas limitações, o próprio Senhor o guiaria rumo a vitória sobre o exército Midianita.

E desse modo o seu coração se encheu de fé, da certeza que Deus estava com ele. No verso 34 do capítulo seis as escrituras relatam: “Mas o Espírito do Senhor apoderou-se de Gideão”. E o resultado fora a reunião de um grande exército, trinta e dois mil israelitas se ajuntaram a ele.
Com todos esses homens do seu lado, por mais que o exército inimigo ainda superasse em números, a vitória era certa. O povo de Israel tinha ao longo da historia a tradição de ser um povo guerreiro e impetuoso.
E o que no principio soava como o reflexo de uma confiança completamente dependente da força que o movia, ou seja, o poder do Senhor dos Exércitos; frente o seu aparente provável sucesso foi substituído pelos seus talentos naturais, seus e também daqueles que estavam à sua volta.
Mas se você conhece o restante da história deve saber que Deus não permitiu que Gideão entrasse em batalha com todo aquele aparato humano. O Senhor minou suas chances a um número ridículo de trezentos homens. Trezentos homens contra cento e trinta e cinco mil soldados midianitas!!
A mensagem bíblica é clara, a vitória do Juiz hebreu não estava literalmente condicionada ao número de guerreiros que ele pudesse trazer consigo. O diferencial naquela batalha seria a ação poderosa do Espírito Santo de Deus através dos poucos e obstinados homens que sobraram.
Esse é o exemplo da maneira como os lideres cristãos de hoje devem se posicionar.
Quando começamos um ministério, não temos nada além do amor a obra de Deus e um coração
repleto de fé. Somos completamente dependentes do Senhor. E o resultado é que milagres acontecem, vidas são verdadeiramente transformadas e impactadas. O poder que opera através do Espírito Santo de Deus torna aquilo que é imperfeito; perfeito.
Hoje estamos repletos de grandes templos, altamente equipados e lotados de pessoas especialistas em todas as áreas, algumas até remuneradas. Talentos humanos que inflamam egos e confundem os desavisados. Por fora parecem abrilhantar de tamanha maneira que são proclamados como modelos de sucesso numa jornada de espiritualidade. Por dentro, enganam e são enganados, frustram e são frustrados, condenam e são condenados.
Busquemos fazer sempre o melhor pro Senhor, nos dediquemos a expandir seu Reino, mas não esqueçamos que dependemos Dele, na nossa imperfeição e lembremos de que o Senhor é que opera em nossa vida tanto o querer como o efetuar, e tudo isso, segundo a Sua vontade (Fp 2:13).



Por Cristo, Com Cristo e Em Cristo.
Idamar.
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Revisao de Texto: Rodrigo Andrade.

terça-feira, 17 de junho de 2014

Copa e Espiritualidade



Dias de Copa, dias de vibração, de entusiasmo, onde se vê e se ouve pessoas expressando uma paixão pela seleção de futebol brasileira. Um sentimento bonito, autentico, forte, mas que me faz refletir, e que em alguns momentos até me entristecem. Não que eu não seja patriota ou que não torça pela seleção do meu país, mas por ver tanta indiferença e frieza quando o assunto diz respeito a espiritualidade.

O dicionário diz que a palavra entusiasmo significa um ardor que impele a fazer algo. E ao olhar para a maneira como algumas pessoas vivem sua espiritualidade, não consigo enxergar esse ardor, mas sim  um sentimento que os impele a buscar benefícios pessoais.  

Professam uma crença que não é expressa no estilo de vida. Quando se fala em viver com Deus ou para Deus não há entusiasmo, muito menos vibração. O que vemos são pessoas em busca de um Deus que os sirva em seus desejos e prazeres, que os satisfaça.

Queria eu ver o entusiasmo e vibração em servir a Cristo na terra, vendo os “seguidores” de Jesus manifestando-o aqui, hoje, agora. Doando-se por essa causa que ecoa na eternidade. Não por medo ou obrigação, mas com alegria sabendo que se somos participantes de sua vida aqui e  também herdaremos uma vida eterna com Ele. Num jogo onde não há dúvidas quanto ao resultado, onde não há empates, não há decepções, e a  vitória certa.

Vamos torcer pela nossa seleção sim, vamos lutar por um país que não seja conhecido apenas pelo carnaval e pelo futebol, vamos viver aquilo que cremos e manifestar a todos que o Reino de Deus é chegado.

Que comecemos por nós mesmos, pelo nosso modo de viver, testemunhando com atitudes, sendo justos, honestos, íntegros e verdadeiros. Transformados transformaremos o nosso redor. Utopia? Para alguns sim. Para nós possível, alcançável, realizável.


Rodrigo Andrade
Correção: Idamar Evangelista


terça-feira, 29 de abril de 2014

RECEITA PARA LAVAR PALAVRA SUJA - VIVIANE MOSÉ









Eu queria dizer uma coisa que não posso sair dizendo por aí.... É que eu tenho medo que as pessoas desequilibrem de si, que elas caiam delas mesmas quando eu disser.
 Eu descobri que a palavra não sabe o que diz... A palavra delira, a palavra diz qualquer coisa. A verdade é que a palavra nela mesma, em si própria não diz nada. Quem diz é o acordo estabelecido entre quem fala e quem ouve. Quando existe acordo existe comunicação. Quando esse acordo se quebra ninguém diz mais nada, mesmo usando as mesmas palavras...
A palavra é uma roupa que a gente veste. Uns usam palavras curtas, outros usam roupas em excesso...Existem os que jogam palavras fora, pior são os que usam em desalinho, uns usam palavras caras, outros ostentam palavras rara - tem quem nunca troca, tem quem usa dos outros - . A maioria não sabe o que veste. Alguns sabem mas fingem que não, e tem quem nunca usa a roupa certa para a ocasião. Tem os que se ajeitam bem com poucas peças, outros se enrolam em vocabulário de muitas, tem gente que estraga tudo que usa...
 E você? quais palavras você veste?? E aí eu fiz uma receita... Se a palavra é uma roupa ...eu falei: Mas a palavra tá suja demais... a gente usa as mesmas palavras o tempo inteiro... As palavras estão engorduradas... Então eu falei: - receita pra lavar palavras sujas:
Mergulhar a palavra suja em água sanitária.
Depois de dois dias de molho, quarar ao sol do meio dia.
Algumas palavras quando alvejadas ao sol
adquirem consistência de certeza,
por exemplo a palavra vida.

Existem outras e a palavra amor é uma delas,
que são muito encardidas e desgastadas pelo uso.
O que recomenda esfregar e bater insistentemente na pedra,
depois enxaguar em água corrente.
São poucas as que ainda permanecem sujas
depois de submetidas a esses cuidados,
mas existem aquelas.

Dizem que limão e sal tiram as manchas mais difíceis e nada.
Todas as tentativas de lavar a piedade foram sempre em vão.
Mas nunca vi palavra tão suja
como a palavra perda.
Perda e morte na medida em que são alvejadas,
soltam um líquido corrosivo
que atende pelo nome de amargura
capaz de esvaziar o vigor da língua.
Nesse caso o aconselhado é mantê-las sempre de molho
em um amaciante de boa qualidade.

Agora se o que você quer
é somente aliviar as palavras do uso diário,
pode usar simplesmente sabão em pó e máquina de lavar.
O perigo aqui é misturar palavras que mancham
no contato umas com as outras.
A culpa, por exemplo, mancha tudo que encontra
e deve ser sempre clareada sozinha.
Uma mistura pouco aconselhada é amizade e desejo.
Já que desejo sendo uma palavra intensa, quase agressiva,
pode, o que não é inevitável,
esgarçar a força delicada da palavra amizade.

Já a palavra força cai bem em qualquer mistura.
Outro cuidado importante é não lavar demais as palavras
sob o risco de perderem o sentido.
A sujeirinha cotidiana quando não é excessiva
produz uma oleosidade que conserva a cor
e a intensidade dos sons.

Muito valioso na arte de lavar palavras
é saber reconhecer uma palavra limpa.
Para isso conviva com a palavra durante alguns dias.
Deixe que se misture em seus gestos
que passeie pelas expressões dos seus sentidos.
Á noite, permita que se deite,
não a seu lado, mas sobre seu corpo.
Enquanto você dorme
a palavra plantada em sua carne
prolifera em toda sua possibilidade.
Se puder suportar a convivência
até não mais perceber a presença dela,
então você tem uma palavra limpa.

Uma palavra limpa é uma palavra possível.




(Viviane Mosé)
Extraído do livro: Receita para lavar palavra suja, Arteclara, 2004
Viviane Mosé é Psicóloga e Psicanalista, Doutora em Filosofia pelo Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

domingo, 20 de abril de 2014

Ele Vive!

Nós do Incomodados desejamos a todos uma Feliz Páscoa
e a constante lembrança de que nosso Redentor vive.
Aleluia!  

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quarta-feira, 9 de abril de 2014

ANTES QUE VENHAM OS MAUS DIAS.





Buscai ao Senhor enquanto se pode achar... (Isaias 55)


Um dia desses estava me preparando para o culto dos jovens quando vejo chegando um dos irmãos da igreja acompanhado de seu filho. Cena incomum, afinal de contas um senhor com mais de seus 80 anos estar ali para participar do culto da juventude. Pois é, o que poucos sabiam até então é que ele sofre com o mal de Alzheimer.
Alzheimer é uma doença degenerativa que acomete o indivíduo, homem ou mulher, num quadro progressivo e irreversível das suas funções intelectuais, alguns de seus principais sintomas são:
·        Falta de memória para acontecimentos recentes;
·        Repetição da mesma pergunta várias vezes;
·        Dificuldade para acompanhar conversações ou pensamentos;
·        Dificuldade para encontrar palavras que exprimam idéias ou sentimentos pessoais;
·   Irritabilidade, agressividade, passividade, interpretações erradas de estímulos visuais ou auditivos, tendência ao isolamento. 

Assim, muito gentilmente fui até ele para explicar que o culto era dos jovens, mas ele teimava em dizer que era domingo, quando na verdade era sábado. Depois de muita conversa e insistência, o filho conseguiu levá-lo pra casa.
Fiquei com aquela cena em mente, do homem que tempos atrás passava pelo meu trabalho para conversar, sempre dirigindo, viajando, não faltava nos trabalhos da igreja, servindo como diácono. E hoje o vemos na dependência dos seus filhos. Lembro-me de quando ele dizia: “Queria ter entregado minha vida para Jesus quando ainda jovem”.

Salomão relata uma cena que nos mostra muito bem o que acontece com o ser humano quando a velhice chega (Eclesiastes 12). Quando faltam lembranças, falha a memória, as forças se vão, os olhos escurecem e a fala é interrompida até que a vida se esvai.
A juventude é uma das fases da vida, onde as expectativas e as incertezas do amanhã costumam não fazer parte das prioridades.
E hoje com certeza, de modo muito mais alarmante do que era nos dias onde esse senhor pode viver sua juventude, os jovens tem trocado experiências definitivas e impactantes, por experiências provisórias. Tudo é momentâneo, tudo é instantâneo, automático, expresso, é “fast”...
As experiências vem, passam pela vida e com a mesma velocidade que se vivenciam os prazeres, se esquece desses prazeres...

Mas pode chegar um dia, um momento em que a única coisa que venhamos a ter serão as boas lembranças de uma vida verdadeiramente prazerosa. Lembranças tão fortes e definitivas, que ainda que nossa mente nos traia pelas intempéries físicas, elas sempre estarão lá...

Por isso que ao olhar e meditar a respeito do que vejo acontecendo nesses dias, tenho a certeza e a convicção de que estou entregando a melhor época da minha vida aos cuidados de Deus e quando os maus dias chegarem poderei olhar para trás e dizer que valeu a pena.

Não perca tempo! Busque o Senhor enquanto podem achá-lo!


Rodrigo Andrade
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sexta-feira, 4 de abril de 2014

JESUS - Unico Caminho.




"Eu sou o caminho, e a verdade e a vida..." (Jo 14:6)


A mensagem que Jesus nos ensina indica que não existe um lugar especifico onde podemos encontrá-lo, mas sim um mover - em espírito e verdade - literalmente um mover; que nos indica o “caminho” a seguir para poder encontrá-lo. Dia após dia, segundo após segundo. Não é o lugar que nos faz pertencer ao Reino dos Céus e muito menos o momento pela qual passamos, mas sim o caminhar por esse “Caminho”.
As “bem-aventuranças” que encontramos no Sermão do Monte (Mt 5) nos revela que o significado de felicidade plena, “sinônimo” dessas bem-aventuranças, não se refere a um determinado momento ou a um provável local. Não se refere a um dia onde se “aceitou” Jesus e nem muito menos a igreja(instituição) onde isso ocorreu.
Se o verdadeiro sentido disso tudo não for Jesus, todas essas coisas ficarão pra trás, no entanto tudo isso e muitas outras coisas servirão de impulso caso o próximo passo dado nos conduza na direção de Cristo, assim nos manteremos no “Caminho”.
Jesus diz no Evangelho de Mateus, capitulo oito, versículo vinte: “... mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça”. Entendemos que não precisamos abdicar do nosso lar, das nossas raízes, família, amigos, igreja, etc. Porém se qualquer dessas coisas nos tirar o foco do “Caminho” devemos sim administrá-las, mudá-las ou até abandoná-las.
Portanto, não que a vontade de Deus na pessoa de Jesus, seja que fiquemos estagnados. Ainda que seja numa igreja, numa comunidade, num ministério, num compromisso firmado, num pensamento, numa convicção, numa tradição, numa doutrina. Se tudo isso por ventura nos desvia ou abstrai do “Caminho”, deve sim ser repensado.
A bem-aventurança está no “Caminho” e não num lugar onde se reclina a cabeça para descanso, ou onde se acomoda a mente, ou onde se estabelece conforto, pois nesse caminho essas coisas se tornam um paradoxo, simplesmente deixam de existir.
Nós seguimos este pensamento mesmo sendo pobres de espírito, chorando, sofrendo, sendo perseguidos, tendo sede de justiça e vendo tanta injustiça e, sobretudo pecando, mais ainda assim com tudo isso, estamos no “Caminho”, e sabemos que assim somos bem-aventurados.
 O caminho é sinônimo de movimento, é uma trajetória com um sentido bem definido, e que faz todo sentido. Vivemos nesta trajetória, lutamos para nos manter nesse caminho constantemente. Podemos sim pecar e estar no caminho, arrepender-se e continuar no caminho, seguir pecando e se arrependendo, morrendo e nascendo de novo, mas nesse “Caminho”.
Na primeira carta do Apóstolo João (1º Jo 1:8) fala sobre isso “se afirmarmos que estamos livres do pecado, estaremos apenas enganando a nós mesmos”, ou seja, estamos fora do “Caminho”.
Que sejamos bem-aventurados, estar no caminho é estar contra a inércia, é encontrar a felicidade em Cristo indo rumo ao Reino dos Céus. Que lutemos contra a religiosidade que nos torna estagnados, numa falsa sensação de conforto e santidade.
Estar no caminho não é sinal de garantia de que chegaremos ao nosso destino, mas é a única opção que temos para que isso possa acontecer.


Rodrigo Costa Meira.
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quarta-feira, 12 de março de 2014

COM DEUS DO INÍCIO AO FIM





Existe uma frase que costuma ser atribuída ao ex-presidente americano Abraham Lincoln que diz: “Se quiser pôr à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder”. Eu diria que podemos entender esse “poder” em todas as suas esferas e estâncias, por exemplo, o poder de se achar independente e capaz., já vou explicar o quero dizer com isso.

Qualquer palestrante de auto-ajuda diria que isso é extremamente necessário nos dias de hoje, mas aqui eu quero falar um pouco sobre o andar na dependência e  sob a direção de Deus, lugar esse onde a minha/sua vontade e capacidade se tornam um perigo imediato.

Hoje eu conversava com alguns amigos sobre a infeliz trajetória de alguns “astros” do cenário religioso do nosso país. São eles cantores, ministros, bispos, apóstolos, pastores, levitas, padres, etc. Falávamos sobre a vida e o testemunho de alguns deles e tentávamos fazer uma simples e humilde comparação ao que ensinou, com a própria vida, o nosso Senhor Jesus.

Ainda que a grande maioria deles comecem suas jornadas “separados” por Deus, cheios do mover do Espírito Santo e numa vida que em tudo reflete o viver em Cristo; com o tempo acabam se corrompendo, se perdendo em suas próprias convicções, deixando para trás a Luz que lhes servia de guia...

Um cantor gospel que nascera num lar cristão de gente humilde, que no começo do seu ministério não tinha nada além de Jesus, que encantava e quebrantava de maneira verdadeira os corações daqueles que o ouviam louvar, hoje em dia vive de modo completamente confuso, papagaiando um discurso egocêntrico disfarçado de evangelho, que num de seus mega-shows exigiu coisas que vão de energéticos, morangos, peito de peru, chegando até mesmo num cachê individual de R$ 60.000,00. 

Outra cantora que como disse meu amigo - “quando começou tinha um cabelo ruim” - mas que passava despercebido frente às maravilhas que Deus operava através da magnífica voz que soltava com palavras cheias da presença do Redentor. Essa mesma cantora hoje anda de maneira esnobe, rejeita quem tenta chegar até ela, mora em condomínio de luxo e não sai sem seus seguranças. Sem falar nas botas de couro de cobra, de U$ 5000,00 o par que ela mesma disse que comprou, e que ainda teve a ousadia de considerar como um ato profético (pisando na cabeça da serpente!!!)...

E o que falar dos homens e mulheres de Deus, pastores e pastoras que são chamados em ministérios realmente proféticos, mas que com o tempo abandonam a sã doutrina e se entregam as disputas de poder. Alguns chegam ao ponto de se colocarem quase que no mesmo patamar do próprio Senhor... São tantos que nem me dou ao trabalho de citá-los...

O que eu não entendo é que todas essas pessoas, todos esses “ungidos e ungidas” se declaram “novas criaturas” em Cristo, batem no peito e proclamam que suas vidas não existem mais e que no lugar delas existe o viver como o Messias!!

No entanto Jesus é descrito pelo apóstolo Paulo como aquele que mesmo sendo o nosso Deus, em momento algum teve a mínima pretensão de ser como Deus, mais que ao contrário, esvasiou-se de si mesmo e se fez servo, a ponto de entregar a própria vida por amor a nós (Fp 2:7)

Esse Jesus nos ensinou a orar e clamar pelo “pão-nosso de cada dia” (Mt 6:9-13), demonstrando que cada um de nós deve buscar aquilo que nos é definitivamente necessário para viver...
O problema é que com o tempo esses homens e mulheres perdem a noção do que é necessário, se sentem no direito de querer exigir de Deus uma vida farta e cheia de regalias, e nessa maneira de ser e viver profanam-se a si mesmos tornando-se sepulcros caiados cheios de soberba...

E como se não bastasse o erro que lançam sobre suas próprias vidas, passam a carregar o preço do sangue de tantos outros pobres coitados que os tomam como exemplos de uma carreira abençoada e próspera... Muitos querem ser como Thales, Valadões, Malafaias, Macedos, etc...

Todos nós erramos, todos nós pecamos, mas enquanto estamos caminhando na dependência do Senhor, temos a certeza de que contamos com a sua misericórdia e perdão, mas a partir do momento que o deixamos de lado e permitimos que a soberba encha o nosso coração, estamos perdidos, e aí pronto, nos tornamos corrompidos pelo poder.
Por isso deixo minha oração: Para que o Senhor me sustente e me mantenha junto Dele, do início até o fim...


Por Cristo, Com Cristo e Em Cristo
Idamar.
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terça-feira, 4 de março de 2014

Você Sabe como capturar porcos selvagens??




 


 
Essa ilustração já é bastante conhecida na internet, mas meditando sobre o nosso contexto e algumas coisas que vejo acontecendo o tempo todo por aí, me lembrei dela e achei conveniente compartilhar para aqueles que ainda não conhecem...

Você captura porcos selvagens encontrando um lugar adequado na floresta e colocando algum milho no chão. Os porcos vêm todos os dias comer o milho gratuito. Quando eles se acostumam a vir todos os dias, você coloca uma cerca, mas só em um lado. 

Quando eles se acostumarem com a cerca,  voltam a comer o milho e você coloca um outro lado da cerca. Mais uma vez eles se acostumam e voltam a comer. Você continua desse jeito até colocar os quatro lados da cerca em volta deles com uma porta no último lado. Os porcos que já se acostumaram ao milho fácil e às cercas começam a vir sozinhos pela entrada. Você então fecha a porteira e captura o grupo todo.
Assim, em um segundo, os porcos perdem sua liberdade. Eles ficam correndo e dando voltas dentro da cerca, mas já foram pegos. Logo, voltam a comer o milho fácil e gratuito. Eles ficaram tão acostumados  que esqueceram como caçar na floresta,  e por isso aceitam a servidão.

Em todos os lugares existem pessoas oportunistas tentando capturar porcos selvagens. O governo faz isso o tempo todo, também as empresas que exploram seus funcionários com miseráveis salários. Algumas instituições religiosas são peritas nisso, a mídia constrói cercas com a oferta do entretenimento fútil e tendencioso. E a perda da liberdade é tão alucinante a ponto dos porcos capturados olharem para os que estão livres e desdenharem um orgulho ignóbil.

A falsa oferta vem com o custo da perda da liberdade, e é feita assim, migalha por migalha...


Por Cristo, Com Cristo e em Cristo.
Idamar.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Liberdade com Responsabilidade






Alguém me disse outro dia que o problema dos “cristãos” de hoje é a GRAÇA! Logo que ouvi isso fiquei pensando se aquela afirmação fazia algum sentido. De certa forma o fez, já que o conceito atual de graça para muitos é o de ter liberdade para fazer o que quiser.


É interessante ver como as pessoas discutem aquilo que pode ser feito e o que não pode se fazer. Como usam textos aleatórios e fora de contexto para apoiar seus desejos e vontades “justificadas” com alguns versos da palavra.


Ao ministrar aos coríntios Paulo se depara com muitas situações em uma igreja “avivada”, cheia de “dons espirituais”, mas com um povo carnal e imaturo. Onde as discussões de quem estava certo ou errado eram mais importantes do que viver em comunhão. De pessoas que usavam da “liberdade” que tinham para levar outros a tropeçarem no caminho da fé. Segundo Eugene Peterson na versão A Mensagem, da bíblia,1 Co 8:9, “Mas Deus se preocupa quando alguém usa sua liberdade de modo irresponsável, levando algum companheiro de fé a desviar do caminho, devido a vida que levavam anteriormente”.


Somos livres, temos liberdade porque dependemos de Deus que nos supre, nos sustenta e nos auxilia em nossas fraquezas. A questão não está em poder ou não poder fazer algo, mas em saber que tenho um testemunho a zelar, que em todas as coisas devo glorificar aquele que digo ser o meu Senhor. Pois carrego o nome que está acima de todo nome, sou seu embaixador, sou parte de seu corpo nesta terra. 


Que minha liberdade não sirva de pedra de tropeço para os fracos na fé. Amém!





Incomodado,
que precisa melhorar
a cada dia.
Rodrigo



segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

O PEQUENO KALLEL - UMA PARÁBOLA SOBRE O CUIDADO DE DEUS!







Certa feita fui a uma das belas cachoeiras da cidade de Faxinal com um grupo de amigos. Um deles, chamado Idamar, foi com sua esposa e filhos; o menor chamasse Kallel. Era um dia agradável: céu azul com bem poucas nuvens, o sol estava brilhando em toda a sua intensidade, e a temperatura estava elevada. Para chegar até a cachoeira passamos por uma trilha, uns trinta minutos de caminhada.

Enquanto caminhávamos, o pequeno Kallel, empolgadíssimo com a caminhada, não queria outro lugar senão estar a frente de todos. Se em algum obstáculo era necessário que um adulto passasse à frente, logo ele conseguia um jeito de tomar a dianteira novamente. Durante a caminhada ele não se preocupou em nenhum momento em estar perto do pai. Ele se sentia perfeitamente capaz de seguir a trilha e chegar à cachoeira conduzindo a todos.

Enfim, chegamos à cachoeira. A visão era esplêndida. E ali, uns trinta metros próximos ao pé da cachoeira, ficamos a contemplar aquela beleza da natureza por alguns minutos. Era o ponto alto da caminhada. Pois o objetivo da caminhada era chegar à cachoeira, com uma pitada de aventura.

Enquanto as nossas esposas se contentaram em se banhar nas águas próximas onde estávamos a contemplar a cachoeira, nós preferimos nos aproximar mais, e o pequeno Kallel foi conosco. Foi uma escalada de uns cinco minutos. Haviam diversas rochas escorregadias. Mas, ao chegarmos lá, a vista era muito melhor. Agora não apenas a víamos, mas a sentíamos bem próximo a nós.

Na posição anterior podíamos encará-la com muita facilidade. Mas, quando chegamos até onde a água caía, não conseguíamos mirar a cachoeira por muito tempo. O máximo que conseguíamos fazer era dar pequenas olhadelas. O vento era muito forte, e a água nos impedia de permanecermos a olhar detidamente.

A experiência de estar ao pé daquela cachoeira é indescritível. Não podendo fitá-la por muito tempo nos contentamos em sentar nas pedras, e ali permanecemos de costas para a cachoeira. Ali, sem poder contemplá-la fixamente, nos a podíamos ouvir, sentir seus respingos, o vento que ela gerava, e também sentir o cheiro agradável que aquela queda d'água proporcionava ao ambiente. Entre as rochas que a cercavam nos sentimos como em um santuário da natureza. Talvez ali também valesse as palavras de Deus a Moisés: "aqui é terra santa". A sensação era simplesmente indescritível.

Durante a caminhada a temperatura estava elevada, mas, ali, aos pés da cachoeira, devido ao frescor das águas, estava frio. Entretanto, aqui entra a lição que vi no pequeno Kallel. Enquanto escalávamos as rochas para chegarmos ao pé da cachoeira, no início foi difícil controlar o impulso desbravador daquele pequeno garoto. Porém, quanto mais nos aproximávamos, mais próximo ele ia ficando do seu pai.


Quando chegamos ao pé da cachoeira, embora estivéssemos no lugar mais belo e recompensador da caminhada - ali mesmo, onde vivíamos uma experiência contemplativa da beleza e sacralidade do lugar - o Kallel rapidamente buscou segurança nos braços de seu pai. Aquele garotinho corajoso e desbravador, em meio a beleza surreal do local, que também lhe causava temor, encontrou segurança para desfrutar daquele momento somente nos braços do seu pai.

Foi uma lição e tanto sobre a segurança que desfrutamos nos braços do Pai celestial. Quantas vezes sentimos que sabemos tudo, que somos independentes, que nossa braveza e coração desbravador nos bastam. O lugar onde o Kallel percebeu a segurança que os braços de seu pai lhe conferiam não foi em meio a trilha, onde ele podia sentir autoconfiança - a trilha em nada se comparava aquilo que desfrutamos ao pé da cachoeira.

Quando chegamos ao ápice da nossa caminhada, no momento mais deslumbrante da caminhada, aquilo causou temor no coração do pequenino Kallel. E somente ali ele percebeu a segurança que os braços de seu pai lhe conferiam. A experiência do local, repito, era indescritível, porém, ao pequeno Kallel só foi possível desfrutar aquele momento enquanto seguro nos braços do pai.
Creio que assim somos nós nos momentos mais deslumbrantes da vida - esses momentos em que ficamos extasiados e maravilhados com o mistério divino - o temor nos toma o coração. No entanto, isso nos faz reconhecer que o melhor lugar do mundo para vivenciar o momento é quando nos encontramos escondidos, sentindo-nos seguros, nos braços do nosso Pai Celestial.



 Cezar Flora
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quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Invista no Reino, invista em pessoas


     Investir em algo que não me trará retorno aparenta ser um bom negócio? Creio que não. No entanto ao olharmos para os valores do Reino de Deus alguns itens da lista sobre investimento não nos trazem qualquer afirmação de “lucros” se assim pudéssemos denominar. 

     Serei mais específico. Investir num relacionamento em que não se receba algum benefício em troca não é legal. Certo?! Talvez. 

     Ao falar sobre investir no Reino de Deus logo vem a mente, dinheiro, ofertas, dízimos, como se Deus precisasse. Mas investir no Reino é investir em pessoas. Mesmo aquelas que aparentemente ou nunca renderão algum tipo de “fruto”. Jesus caminhou com homens e mulheres que não tinham muito o que oferecer, e foi um exemplo do que é investir em pessoas. 

     Olhando para a Igreja hoje vejo pessoas andando, conversando, investindo naqueles e naquelas que geram benefícios. Não que isso seja errado, o problema é que sempre se cai no extremo. E o que se vê são pessoas abandonando a fé. Soldados sendo abandonados no campo de batalha. 

     Por esse motivo me convenço mais de que o andar com Cristo é pela fé e não por vista. 


2ª Coríntios 4.16-18
16Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia. 17Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; 18Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas.


 Rodrigo