Essa semana pelo Twitter, uma Irma
querida na fé, postou a seguinte frase: O Senhor nos leva ao deserto em algumas situações pra
ouvirmos de perto a voz Dele!!! No silencio do deserto ela se torna mais
clara... E de certo modo essa frase confirmou algumas idéias e sentimentos que eu
vinha trazendo no meu coração; desertos são necessários.
Dentro da linguagem eclesiástica, a
linguagem falada no meio da igreja, o termo deserto tem forte representação de
lugar indesejado, de tribulação, de obstáculos a serem vencidos. Isso se dá por
uma analogia aos longos anos de sofrimento que o povo de Deus viveu enquanto
perambulavam pelo deserto, e também pela experiência vivida por Jesus quando
esteve quarenta dias em peregrinação. E é esse episodio que eu quero usar para
ilustrar o que eu gostaria de falar.
Quero usar o trecho do evangelho de
Lucas (Lc 04:01 a 13) para tentar mostrar a trajetória, o percurso na vida do
homem e da mulher que decide seguir a Deus.
A Bíblia Sagrada diz no inicio da
passagem que Jesus estava cheio do Espírito Santo e que esse Espírito o moveu,
o conduziu ao deserto. Assim vive aquele que tomou a decisão de verdadeiramente
entregar a sua vida ao senhor, o Espírito de Deus passa a ser o seu guia. A
partir daí o Espírito Santo conduz os seus passos, e nem sempre por locais
seguros, mas também às vezes o leva ao deserto, quando assim for preciso. Mas
independente da direção e do lugar o importante é exatamente isso, deixar-se
ser conduzido por Ele...
A certa altura da passagem Jesus sente
fome, e então o Diabo aproveita a fraqueza física do Mestre e começa a tentá-lo.
Não adianta tentar negar, por mais firmes que possamos estar na presença de
Deus, a natureza humana nos torna suscetível a falhas, dores, sujeitos a dificuldades.
E é exatamente nesses momentos que o inimigo da Cruz de Cristo se aproveita
para lançar as suas flechas envenenadas contra a nossa vida. Nessas horas
surgem propostas de todos os tipos, onde “amigos” nos fazem convites, nos
oferecem soluções que num primeiro momento são tentadoras, mas que depois
revelam sua face real e nos afundam em mais problemas ainda...
Jesus foi tentado exatamente nos
pontos mais frágeis do ser humano, pois ainda era humano. Foi tentado nas suas
necessidades primarias, físicas, materiais, foi tentado na soberba e no poder,
foi tentado na sua autoconfiança e no seu ego.
Ali o Diabo representa uma força
detentora de poder, com autoridade e capaz de dar coisas grandes e sedutoras. Forças
como essas surgem a todo o momento na nossa vida, oferecendo pactos e
sociedades ímpias em troca de sucesso, glamour, dinheiro e etc...
Por fim o Diabo desafia Jesus como o
filho de Deus. Numa tentativa de questionar a sua autoridade ou ainda de
persuadi-lo a querer ser como o próprio Deus. Jesus enquanto homem nunca
almejou ser Deus, foi servo até o ultimo instante, até ser exaltado na sua
gloria. Ali vemos o mais claro exemplo da humildade de Cristo. Nesse trecho
podemos ver o Diabo agindo dentro do nosso “Eu”, naqueles momentos onde achamos
que já sabemos tudo, que já ouvimos de tudo... É o momento onde Jesus deixa de
ser o centro da nossa vida, o personagem principal da nossa historia, dando
lugar ao egoísmo e ao egocentrismo e por que não falar, a soberba.
No verso doze Jesus nos ensina que não
se deve por a prova o Senhor. O Demônio conhecia a palavra e manipula essa
palavra em
vontade própria. Quantos de nós nos tornamos fariseus,
conhecedores da lei. É nesse momento onde achamos que sabemos demais, achamos que
somos detentores de toda razão e de tudo que existe, é aí que começamos a manipular
a palavra de Deus em beneficio próprio, na tentativa de justificar as nossas
faltas e os nossos pecados. Guerras surgem por atitudes como essa. Injustiças
de todo o tipo são praticadas, e tudo isso, por mais bárbaro que pareça; em nome de Deus.. .
Mas Jesus permaneceu firme no Espírito
Santo; o mesmo espírito que o levou aquele lugar, foi quem o sustentou diante de
todas as investidas do Diabo.
Do mesmo modo é com a nossa caminhada,
convém que surjam desertos, mas se nos ampararmos no Espírito do Senhor seremos
guardados do mal. Devemos cultivar dia a dia a intimidade que temos com o Pai
para que tenhamos onde encontrar força quando as lutas aparecerem.
O Deserto também é lugar de
purificação, é o lugar de renovo de forças. Como menciona a citação que usei no
inicio do texto, no silencio do Deserto a voz de Deus se torna mais audível.
Isso nos mostra que mesmo estando na mais profunda luta, física, emocional ou
espiritual, você pode contar com a ajuda do Pai. E se você buscar por essa
ajuda, a palavra se cumpre, e o Diabo foge em disparada. Você vencerá todos os
obstáculos e sua vida se encherá de alegria por ter passado pelo fogo, e pelo
deserto, e você se tornará um vencedor, aprovado pelo Pai.
E eu termino esse texto com outra
palavra de Deus, que complementa o sentido da mensagem, quem sabe falaremos
mais sobre ela numa próxima oportunidade!!
“Ainda que a figueira não floresça, nem haja
fruto na vide [...], todavia, eu me alegro no Senhor, exulto no Deus da minha
salvação.” Habacuque 03:17,18
Por Cristo, Com Cristo e Em Cristo...
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