segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

EU x OUTROS



Meditava a respeito do Cristianismo, na mensagem deixada pelo Senhor Jesus, nada de regras ou leis, mas princípios e valores do Seu Reino. Alguém que abriu mão da sua própria vida para que outros pudessem viver; alguém que disse não para o próprio ego para que outros pudessem ser confortados; alguém que deixou o exemplo para que O seguíssemos...

Tenho me perguntado algo há algum tempo e hoje esse questionamento veio à mente novamente: qual meu papel nesse contexto?

O Cristianismo pregado e vivido pelos “seguidores” de Jesus, pelos “cristãos”, evangélicos, principalmente, é apenas o da satisfação do ego, onde tudo coopera para que estas pessoas permaneçam bem acomodadas e satisfeitas.

E a vida de Jesus, seu exemplo, seu testemunho, suas palavras; e o amai-vos uns aos outros como eu vos amei; e a compaixão; o amor; a renúncia; o abraço; o chorar com os que choram; onde ficam?

Sinceramente não sei o que Ele pensa disso tudo, só sei que preciso descobrir meu papel nessa história e não me conformar sendo mais um desses.

Incomodado,
Rodrigo.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Eu creio!



Curas, milagres, maravilhas, pessoas ressuscitando, por onde ele passava o alvoroço era certo, mas se tem algo que me chama atenção era o modo peculiar que ele tocava as feridas da alma de determinadas pessoas. Confronto, reconhecimento da situação seguido de confissão e assim vidas iam sendo tocadas e transformadas.
Tenho pensado muito sobre isso, pois Jesus continua vivo, continua tocando vidas, continua revelando as dores, trazendo a tona as feridas ainda não tratadas. No entanto, percebo que lhe faltam instrumentos pra isso.

Certo dia ele pergunta a um dos seus amigos:
Você me ama?
– Sim, te amo.
Você me ama mesmo?
– Claro que te amo. E pela terceira vez, a mesma pergunta.
– Você me ama mesmo?
– Poxa, claro que te amo.
– Hum, me ama, então vai, cuida das minhas ovelhas.

Parece uma conversa tão simples, não é mesmo, mas foi e é tão séria. Se entendêssemos o teor deste diálogo e o quanto significa.
Vidas estão necessitando do toque de Jesus, mas quem está disposto a ser este instrumento? A verdade é que a partir do momento que, como um canal, tocamos a vida de alguém e conhecemos o desconhecido, que o escondido nos é revelado, acabamos nos comprometendo com aquela pessoa. E surgem alguns pensamentos do tipo:
“Agora eu sei quem ela é”.
“Eu sei o que ela fez”.
“Eu sei o que ela faz”.
“Agora ela vai me procurar”.
“Vou ter que ajudar”.

Pensamentos deste tipo que nos afastam de querer qualquer envolvimento com a pessoa, com seu problema e obviamente de nos comprometer com o tratamento dela.

Não acredito num evangelismo confessional:
·         onde folhetos são distribuídos, sem qualquer envolvimento pessoal;
·         onde a boca transmite palavras que atingem apenas o intelecto;
·         onde um “Deus te abençoe”, exime de qualquer compromisso;
·         onde alguém aceita a Jesus e a pessoa pode caminhar sozinha.

Acredito num evangelismo relacional:
·         onde a boca comunica vida;
·         onde as mãos se entrelaçam;
·         onde os braços rodeiam outros ombros;
·         onde Jesus é transmitido em atos de amor;
·         onde a vida é transmitida através de uma outra vida;
·         onde alguém caminha com outro alguém;
·         onde a ferida é tradada, não instantaneamente, mas o tempo suficiente para a cura ser verdadeira;
·         onde as máscaras são tiradas, mas nem por isso as pessoas deixam de ser amadas;
·         onde a graça de Cristo é revelada;
·         onde o caráter de Jesus seja moldado;
·         onde vidas sejam transformadas a ponto de levarem outros a viverem a mesma experiência.

Parece utópico, mas como diz o meu pastor:  – Se você não crê, não tem problema, deixa eu crer sozinho.

Parece que a voz de Jesus continua ecoando:
Você me ama? Então cuida das minhas ovelhas.

Sem mais,
Rodrigo.