"Eu sou o caminho, e a verdade e a vida..." (Jo 14:6)
A mensagem que Jesus nos ensina indica que não existe um lugar especifico
onde podemos encontrá-lo, mas sim um mover - em espírito e verdade - literalmente
um mover; que nos indica o “caminho” a seguir para poder encontrá-lo. Dia após
dia, segundo após segundo. Não é o lugar que nos faz pertencer ao Reino dos
Céus e muito menos o momento pela qual passamos, mas sim o caminhar por esse “Caminho”.
As “bem-aventuranças” que encontramos no Sermão do Monte (Mt 5) nos
revela que o significado de felicidade plena, “sinônimo” dessas bem-aventuranças,
não se refere a um determinado momento ou a um provável local. Não se refere a
um dia onde se “aceitou” Jesus e nem muito menos a igreja(instituição) onde isso
ocorreu.
Se o verdadeiro sentido disso tudo não for Jesus, todas essas coisas
ficarão pra trás, no entanto tudo isso e muitas outras coisas servirão de
impulso caso o próximo passo dado nos conduza na direção de Cristo, assim nos
manteremos no “Caminho”.
Jesus diz no Evangelho de Mateus, capitulo oito, versículo vinte: “... mas o Filho do Homem não tem onde reclinar
a cabeça”. Entendemos que não precisamos abdicar do nosso lar, das nossas raízes,
família, amigos, igreja, etc. Porém se qualquer dessas coisas nos tirar o foco
do “Caminho” devemos sim administrá-las, mudá-las ou até abandoná-las.
Portanto, não que a vontade de Deus na pessoa de Jesus, seja que fiquemos
estagnados. Ainda que seja numa igreja, numa comunidade, num ministério, num
compromisso firmado, num pensamento, numa convicção, numa tradição, numa
doutrina. Se tudo isso por ventura nos desvia ou abstrai do “Caminho”, deve sim
ser repensado.
A bem-aventurança está no “Caminho” e não num lugar onde se reclina a
cabeça para descanso, ou onde se acomoda a mente, ou onde se estabelece
conforto, pois nesse caminho essas coisas se tornam um paradoxo, simplesmente
deixam de existir.
Nós seguimos este pensamento mesmo sendo pobres de espírito, chorando,
sofrendo, sendo perseguidos, tendo sede de justiça e vendo tanta injustiça e,
sobretudo pecando, mais ainda assim com tudo isso, estamos no “Caminho”, e sabemos
que assim somos bem-aventurados.
O caminho é sinônimo de movimento,
é uma trajetória com um sentido bem definido, e que faz todo sentido. Vivemos
nesta trajetória, lutamos para nos manter nesse caminho constantemente. Podemos
sim pecar e estar no caminho, arrepender-se e continuar no caminho, seguir
pecando e se arrependendo, morrendo e nascendo de novo, mas nesse “Caminho”.
Na primeira carta do Apóstolo João (1º Jo 1:8) fala sobre isso “se afirmarmos que estamos livres do pecado,
estaremos apenas enganando a nós mesmos”, ou seja, estamos fora do “Caminho”.
Que sejamos bem-aventurados, estar no caminho é estar contra a inércia, é
encontrar a felicidade em Cristo indo rumo ao Reino dos Céus. Que lutemos
contra a religiosidade que nos torna estagnados, numa falsa sensação de
conforto e santidade.
Estar no caminho não é sinal de garantia de que chegaremos ao nosso
destino, mas é a única opção que temos para que isso possa acontecer.
Rodrigo Costa Meira.
https://www.facebook.com/rodrigo.costameira
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