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terça-feira, 24 de junho de 2014

ATÉ ONDE VOCÊ VAI POR SUAS PRÓPRIAS FORÇAS?






Crescimento, expansão, sem dúvida essas são palavras que permeiam a mente aflita de muitos líderes cristãos, é a máquina, o motor que move e impulsiona a vida dos obstinados, quer seja pelo amor a obra de Deus, ou pela ambição característica do ser humano. Nessa ânsia de cumprir o “Ide de Cristo”, na propagação do Evangelho, frente aos inúmeros desafios que tal tarefa impõe, abre-se mão de tudo o que estiver ao alcance para se ter sucesso nessa empreitada.
No entanto, todo esse desejo eloquente traduzido pelo sonho de ver o Reino de Deus avançando pelas fronteiras do mundo é também um convite irresistível ao perigo do tropeço, e consequentemente uma porta aberta as inúmeras incertezas, que cada dia mais tem surgido no seio da historia da igreja.
Assim, os líderes de igreja vivem na fronteira da necessidade verídica de crescimento e a probabilidade de uma ênfase demasiada nos números. E isso faz com que por muitas e muitas vezes uma condição indispensável à um crescimento maduro e saudável seja descartado: A dependência do Espírito Santo.
Cada vez mais temos observado a profissionalização dos ministérios, a automatização dos templos, a incrementação de toda indumentária eletrônica de áudio e vídeo. Os pastores se aperfeiçoam em técnicas de preleção, de persuasão, somadas aos já tradicionais cursos de caráter teológico.

Mas esses não são efetivamente os problemas. É claro que seria muitíssimo proveitoso ter-se uma pedagoga experiente para cuidar das nossas crianças, adolescentes e jovens. Uma verdadeira benção seria ter músicos com alto conhecimento técnico, exímios compositores, polivalentes em talento. Fenomenal seria ter uma equipe administrativa, peritos em equipamentos de som, com conhecimento aprofundado em
técnicas de marketing, relacionamento interpessoal, decoradores, designers, etc. Quão precioso seria um pregador carismático, eloquente, com boa presença de palco, boa articulação. Com certeza, todas essas coisas seriam de grande utilidade na expansão do Reino. Mas a questão é que, sem a ação do Espírito Santo de Deus, todos esses talentos são inúteis ou superficiais, e como assim o são, só alcançam as superfícies da alma humana.
Faz-me lembrar do episódio da história do líder bíblico chamado Gideão (Jz 7:1-8). Do exemplo claro de dependência, ao qual, o próprio Deus o coloca.
Gideão foi um dos lideres do povo Hebreu, que eram chamados de Juízes. Desde o inicio da sua narrativa Deus se apresenta a ele e deixa claro que apesar de todas as suas limitações, o próprio Senhor o guiaria rumo a vitória sobre o exército Midianita.

E desse modo o seu coração se encheu de fé, da certeza que Deus estava com ele. No verso 34 do capítulo seis as escrituras relatam: “Mas o Espírito do Senhor apoderou-se de Gideão”. E o resultado fora a reunião de um grande exército, trinta e dois mil israelitas se ajuntaram a ele.
Com todos esses homens do seu lado, por mais que o exército inimigo ainda superasse em números, a vitória era certa. O povo de Israel tinha ao longo da historia a tradição de ser um povo guerreiro e impetuoso.
E o que no principio soava como o reflexo de uma confiança completamente dependente da força que o movia, ou seja, o poder do Senhor dos Exércitos; frente o seu aparente provável sucesso foi substituído pelos seus talentos naturais, seus e também daqueles que estavam à sua volta.
Mas se você conhece o restante da história deve saber que Deus não permitiu que Gideão entrasse em batalha com todo aquele aparato humano. O Senhor minou suas chances a um número ridículo de trezentos homens. Trezentos homens contra cento e trinta e cinco mil soldados midianitas!!
A mensagem bíblica é clara, a vitória do Juiz hebreu não estava literalmente condicionada ao número de guerreiros que ele pudesse trazer consigo. O diferencial naquela batalha seria a ação poderosa do Espírito Santo de Deus através dos poucos e obstinados homens que sobraram.
Esse é o exemplo da maneira como os lideres cristãos de hoje devem se posicionar.
Quando começamos um ministério, não temos nada além do amor a obra de Deus e um coração
repleto de fé. Somos completamente dependentes do Senhor. E o resultado é que milagres acontecem, vidas são verdadeiramente transformadas e impactadas. O poder que opera através do Espírito Santo de Deus torna aquilo que é imperfeito; perfeito.
Hoje estamos repletos de grandes templos, altamente equipados e lotados de pessoas especialistas em todas as áreas, algumas até remuneradas. Talentos humanos que inflamam egos e confundem os desavisados. Por fora parecem abrilhantar de tamanha maneira que são proclamados como modelos de sucesso numa jornada de espiritualidade. Por dentro, enganam e são enganados, frustram e são frustrados, condenam e são condenados.
Busquemos fazer sempre o melhor pro Senhor, nos dediquemos a expandir seu Reino, mas não esqueçamos que dependemos Dele, na nossa imperfeição e lembremos de que o Senhor é que opera em nossa vida tanto o querer como o efetuar, e tudo isso, segundo a Sua vontade (Fp 2:13).



Por Cristo, Com Cristo e Em Cristo.
Idamar.
https://www.facebook.com/amendoimteologico
Revisao de Texto: Rodrigo Andrade.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

O DEUS QUE LIBERTA O SEU POVO - ENSAIO À LUZ DE JOSÉ COMBLIN






“O vento sopra onde quer...” (Jo 3:8).
 

Sem o compromisso de uma análise exegética aprofundada, as palavras de Jesus no texto do evangelista João traduzem a liberdade que há no agir e no manifestar do Espírito Santo. Uma liberdade tão sonhada e tão desejada, algumas vezes consciente ou inconsciente, mas real na vida de todas as pessoas, independente do credo ou da religião.
Todos anseiam por liberdade! E algumas pessoas parecem ter recebido da parte do próprio Deus a capacidade de dar significado a essa palavra.
José Comblin foi uma dessas pessoas, cuja vida de dedicação ao Reino de Deus era pautada na ânsia de fazer do Evangelho um instrumento transformador de realidades. Algo que fosse muito além dos simples discursos e homilias, mas que ganhava vida através das pessoas que eram apresentadas a Ele. Dessa forma a liberdade tão pregada pelo Evangelho e tão buscada pelo homem e pela mulher ganhava sentidos, forma e corpo.
José Comblin, ou simplesmente Padre José para as pessoas que o conheciam, nasceu em Bruxelas, na Bélgica no ano de 1923, fora ordenado sacerdote católico em 1947 e graduado como doutor em Teologia pela Universidade Católica de Louvain, na Bélgica.
Foi conquistado pela América Latina desde muito cedo, onde a partir de 1958 começou a dedicar sua vida como clérigo e também como professor e discipulador. Atuou em países como o Chile e o Equador, mas foi no Brasil que viveu boa parte dos seus dias até a chegada da sua morte em 27 de Março de 2011, aos 88 anos.
Com os olhos sempre voltados à desigualdade social que imperava e ainda impera nesses países, e com um censo crítico graduado contra a estrutura eclesiástica existente, Comblin foi um dos maiores expoentes do cenário da Teologia da Libertação, tendo uma preocupação enfática e prática com a vida e a realidade dos menos abastados.
Neles Comblin enxergava a ação e a necessidade da verdadeira libertação proposta pelo Evangelho de Cristo. Para ele os pobres constituíam a verdadeira igreja de Deus e através deles se manifestava a vocação libertadora do Espírito Santo.
A liberdade teria, na visão de Comblin, papel fundamental na vida da igreja através do Espírito Santo. Ele fora duramente um crítico do sistema religioso na qual a igreja tinha se transformado. A igreja como instituição havia virado as costas para a ação do Espírito Santo no papel de força motriz da máquina da redenção.
Seu chamado era o de um evangelho prático, assim como Jesus havia deixado claro que enviaria seu Espírito à igreja para junto com ela, instituir seu Reino, a vocação de Comblin se traduzia numa teologia construída no dia a dia, na vida das pessoas, na caminhada.
Essa intimidade na qual ele coloca a pessoa do Espírito Santo com o seu povo nos revela uma maneira inovadora de olhar que nos ajuda a perceber e compreender essa relação, uma relação que nos tira da inércia, que nos coloca em ação. É a essa capacidade de se libertar, de se libertar muitas vezes de sí mesmo que Comblin atribui uma experiência viva, real e íntima com o Espírito Santo.
Recentemente tivemos no nosso país um acontecimento único e digno de retratar as idéias de Comblin a respeito da ação transformadora do Espírito. O povo no Brasil não vivia uma realidade como essa há tempos. Uma geração inteira viveu no silêncio da repressão, da exploração, da desigualdade social, das roubalheiras políticas. Todas essas coisas acontecendo, o mal instituído no sistema, reinando e brincando com a cara do povo numa cômoda impunidade; e a igreja, o povo de Deus que deveriam ser os atalaias denunciando tanta injustiça, segue vivendo trancados dentro de seus templos uma espiritualidade surreal e mística.
Comblin retrata bem isso, não foi de dentro das igrejas que surgiram os primeiros gritos, não foi através de nenhum eloqüente sermão que se iniciaram as manifestações, mas foi de um povo cansado de ser explorado que se uniu e descobriu a força que possuem quando agem juntos. E se Deus é o senhor de todas as coisas, podemos afirmar que o Seu Espírito move essa nação rumo à liberdade.
Cabe a igreja acordar e aproveitar essa iniciativa dada pelo Espírito de Deus e agir levando seu povo a clamar por justiça, a se libertar... Infelizmente não tenho visto isso acontecer, pelo menos não até o momento em que escrevia esse texto.
Porém o pensamento de Comblin também nos ensina que não se detêm a ação do Espírito. Por mais inerte que a igreja possa estar, ainda assim com certeza ela será usada para trazer grandes testemunhos, vem sendo assim durante toda a sua historia, querendo Deus, as pedras clamam!!
Em um dos seus livros Comblin ressalta que as palavras de Jesus iluminadas pelo Espírito despertam nas pessoas sentimentos e movimentos muitas vezes escondidos, pouco espetaculares na verdade, mas numa mistura de força e fraqueza que fazem a igreja mover-se.
Percebo isso em mim mesmo e na maioria dos colegas de caminhada com quem converso. É como se nossos pensamentos e expectativas fossem, de certo modo, todas regidas pelo mesmo maestro, numa sinfonia tocada muitas vezes em tons diferentes, mas com a mesma melodia. Ainda que cada um, com as suas limitações e medos, não corresponda ao desejo de conquistas espetaculares que nossos lideres anseiam, temos dia após dia deixado que esse Espírito realize através de nós pequenas e simples amostras de libertação.
O vento sopra onde quer, e sopra como e da maneira que Ele quer. Nas palavras de Comblin, muito mais do que manifestações carismáticas reduzidas a experiências sensitivas, mas ativo e atuante em toda a história, fazendo história, mudando a história.
E no seu mover traz consigo liberdade, uma liberdade que talvez estejamos tendo a oportunidade de vislumbrar ainda no nosso tempo.


Por Cristo, Com Cristo e Em Cristo.
Idamar.


Baseado no livro: O Espírito Santo e a Libertação - O Deus que Liberta seu Povo, José Comblin, 1988.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

RESILIENCIA - UMA QUALIDADE FUNDAMENTAL NA VIDA CRISTA


Mais uma postagem que compartilhamos, dessa vez do nosso irmao Robson Santos, a respeito da capacidade de perseverar nos nossos sonhos frente as vicissitudes da vida...




Rm. 12:12 "Alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, 
perseverai na oração".



Resiliência: Uma qualidade fundamental na vida cristã

A palavra resiliência é um termo da física que denota a capacidade de um material voltar ao seu estado normal depois de ter sofrido uma grande pressão. Também podemos aplicar este conceito a um indivíduo que consegue manter sua integridade em face de uma mudança radical nas circunstâncias a sua volta.

Ser resiliente é uma qualidade fundamental na vida de qualquer cristão. Os conflitos, as dificuldades, são fatores inerentes ao cristianismo. Somos constantemente colocados frente a situações de conflitos. Sejam eles emocionais, físicos ou espirituais. Isto é um processo natural da vida, aliás, Jesus já nos havia alertado quando a isto: “No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo” (Jo. 16:33b).

Quem de nós nunca passou por uma situação de perda de emprego, doença na família, a morte de alguém próximo, a falência nos negócios, conflitos conjugais, decepção com um amigo, entre outros. São situações que lamentavelmente nos atinge e requer uma resistência frente a estes desafios.

Portanto ser resiliente não é estar a margens destes conflitos, e sim, uma qualidade que possuímos em Deus para nos manter firmes em tempo de aflições. Talvez muitos já tenham desistido de algo por achar que não conseguiriam resistir. Um autor anônimo descreveu bem essa situação: “Como cada um de nós, às vezes, aprende, e muitos fracassos ocorrem, quando se poderia ter vencido se tivesse resistido. O sucesso é apenas o fracasso virado ao avesso, a tinta preta das nuvens da dúvida. [...] Portanto, aferre-se à luta quando receber o golpe mais duro. Quando as coisas parecerem piores é que você não deve, em hipótese alguma, desistir”.

Ser resiliente é ter a capacidade de ultrapassar limites, tirando de dentro de si forças para superar alto grau de dificuldade.


                                                                                         Robson Santos
                                                                                 09 de Maio de 2013.
                                                 http://www.facebook.com/robson.santos.961