segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Eu Ainda Acredito na Comunidade da Fé - Parte Final




Vimos anteriormente que ainda acredito na comunidade da fé, porque fomos criados para viver em comunidade, porque na comunidade vivenciamos o cuidado uns aos outros e porque...

 NELA MANIFESTA-SE O AMOR!

Jesus em sua última semana, antes de sua morte, entregou um novo mandamento para seus discípulos, João 13:34-35.

Muitas vezes focamos nossa visão naquilo que nos fizeram de ruim ou naquilo que deixaram de fazer, mas não olhamos o que fizemos ou deixamos de fazer por alguém que precisava de mim.

O amor deve estar além do nosso discurso, mas impregnado em quem nós somos, nas ações do dia a dia, de modo simples e natural, fazendo parte de nossa essência. Onde o “eu” é substituído pelo “nós”. A exemplo dos cristãos do primeiro século que se dedicavam uns aos outros de forma voluntária.
Cristianismo é viver em direção ao outro. Precisamos nos agarrar nos ensinamentos do Mestre e crer que é Ele quem nos capacita.
Deus nos criou para vivermos em comunidade; para que fossemos cuidados uns pelos outros; para que manifestasse seu amor.

Assim como eu você pensa ou já pensou em desistir? Ao olhar para sua comunidade você não vê esperança? Quem sabe já perdeu até mesmo a vontade de congregar?

Quero te dizer que há esperança e que podemos ser e fazer a diferença onde estamos. Digo a você que a obra é de Deus, que não está ausente nem indiferente ao que passamos. Não desista, não pare! Oremos para que não entremos na estatística dos sem igreja. Lembrem-se de que o nosso trabalho no Senhor não é vão. Ele está contigo, Ele está conosco. Aleluia!


Rodrigo   

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

O AMOR PROCEDE DE DEUS!!





“Simão, filho de Jonas, tu me ama?” ( Evangelho de João Cap. 21:15 a 17)


Durante toda a história que encontramos na narrativa bíblica das Escrituras Sagradas encontramos o nosso Deus numa busca rumo ao relacionar-se com a sua criação. Desde Genesis até Apocalipse, o Pai age não só tomando a iniciativa, mas também estimulando a humanidade nesse relacionamento. E nessa ação, ao contrario de toda aquela onda de oportunismos e interesses que permeiam os sentimentos humanos, nós encontramos um sentimento autêntico, onde há justiça, mas também compaixão, onde há cumplicidade, e a manifestação do mais puro amor!!

João 03:16 diz que “.. Deus amou o mundo de tal maneira que entregou a vida do seu filho, Jesus, em prol da humanidade...”

Somente aquele que é capaz de amar deliberadamente e poderosamente pode se doar de tal maneira...
E nós, entretanto, passamos a nossa vida toda construindo ou tentando construir laços de afinidade, alguns desses laços permanecem, outros desaparecem ou se perdem pelo caminho. Contanto, em todos eles amor é o sentimento que rega, que alimenta esses relacionamentos, é ele que determina o sucesso ou o fracasso deles... Mas de onde vem esse amor?

Pedro amava o Senhor Jesus, sem dúvida nenhuma ele O amava. Porém esse amor se revela um sentimento incompleto, incapaz de suportar provações porque sucumbe à perseguição e ao medo, e pela prevalência do medo ele acaba traindo o seu Senhor.

“O verdadeiro amor lança fora todo o medo...” (1 Jo 4:18) -  É nesse momento que as palavras do Apóstolo João nos viria à mente. E é claro que podemos concordar que o verdadeiro amor é capaz de destronar o império do medo em todas as suas estâncias, mas eu te pergunto novamente: Que amor é esse? O amor que vem de mim tem esse poder? De onde vem esse amor?


Pois é no mesmo trecho bíblico que nós encontramos a resposta: “...O amor procede de Deus” (1 Jo 04:07) – Pois Deus é amor!

Se olharmos pro texto original em grego do Evangelho de João no capitulo 21 versos 15 a 17 encontraremos um jogo de palavras onde são empregadas os verbos Ágape e Fileo, duas conhecidas representações sobre o sentimento do amor.

Primeiro Jesus pergunta se Pedro o amava – “Simão tu me amas?” - utilizando o verbo ágape (vs 15), ou seja, o amor verdadeiro, o primeiro amor, o amor do Criador para com a criatura. E Pedro ciente de que não era capaz de amar à altura e ainda constrangido com o que havia acontecido, responde utilizando o verbo fileo“Sim Senhor, sabes que te amo.” -  o amor humano, imperfeito, incompleto, o amor que pode se tornar vulnerável frente a qualquer circunstância.

Mas no verso 17 Jesus inverte os termos e emprega a palavra fileo na pergunta a Pedro, ou seja, ele enxerga que Pedro assim como todos nós era um homem falho, e de certo modo Ele aceita a resposta do apostolo. Deus busca o nosso amor, mas Ele mesmo sabe que nós somos incapazes de praticá-lo sem a dependência Dele. E Pedro, como o texto diz, entristecido responde confirmando aquilo que Jesus podia perceber - “Senhor tu conheces todas as coisas, sabe que eu te amo...”

Aqui vemos a humildade necessária que cada um de nós devemos ter pra dizer: Senhor tu sabes que eu sou um pecador, e que eu sou limitado na minha maneira de amar, sou completamente dependente do Senhor, meu sentimento ainda incompleto só pode se tornar completo por intermédio do Senhor...

Penso que isso se aproxima daquilo que o Apóstolo Paulo disse na sua carta aos Romanos no capitulo 07 versos 19 – Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse eu faço – Dói fazer o bem, gasta tempo, atrapalha, às vezes custa caro. Nosso amor é imperfeito; por mais caridoso e generoso que possa ser o homem ou a mulher, ele é facilmente convertido em egoísmo e individualismo.

É no criador que se revela a perfeição dos relacionamentos. É em Cristo que famílias são construídas da maneira como devem ser, pilares da sociedade, firmes sobre a rocha, onde o homem conhece o seu lugar, respeita a sua esposa e ela a ele. Onde os filhos são capazes de honrar seus pais, e esses por sua vez conseguem mostrar o caminho certo por onde os filhos devem andar. (Ef 05 e 06), (Pv 22:6)

Em Jesus é que os jovens podem abandonar todo o egocentrismo comum dessa idade, olhando uns para os outros como pessoas e não como objetos, que são usados e descartados a todo o momento. Nesse amor eles seguem vivendo tudo aquilo que a sua juventude é capaz de lhe proporcionar, mas cientes da responsabilidade que tem/terão diante do Senhor. (Ec 11:09)


É só em Jesus que o amor derruba tabus, desfaz paradigmas a ponto de eu olhar pro meu irmão caído na estrada e reconhecê-lo como meu próximo, deixando de lado todo tipo de preconceitos e não pensando em absolutamente mais nada a não ser ajudar... (Lc 10:30,37)

Nele o amor transforma servos em amigos, e servir deixa de ser um jugo, doar-se não é perder, mas ganhar. (Jo 15:13,15). Em Jesus o amor transforma amigos em irmãos!! (Pv 17:17)

Só à luz do amor de Cristo um pai é capaz de receber o filho que um dia virou as costas pra ele e para tudo mais, e ficar tão alegre a ponto de sentir como se aquele filho tivesse voltado à vida. É só nesse amor que esse mesmo filho consegue enxergar tudo que deixou pra trás e tomado de arrependimento, voltar a viver. (Lc 15:11,32)

Só esse amor tem poder para ressuscitar mortos e também vivos, anunciar liberdade, libertar cativos, trazer vista aos cegos... (Lc04:18,19)

E cego somos eu e você que mesmo tendo uma boa visão, muitas vezes não enxergamos que não somos capazes de amar sozinhos, não percebemos que relacionamentos vivem na dependência do outro, que o outro é o espelho por onde se reflete todo o afeto...

No dialogo entre Jesus e Pedro, a intenção do Mestre era avaliar o quão sólido era o relacionamento que existia entre o Apóstolo e Ele. O sentimento que partia de Pedro deveria não só alcançar a Jesus, mas também ir além e dar conta de cuidar do seu rebanho, suas ovelhinhas, e Simão não teria conseguido sozinho.

E do mesmo modo, Jesus se apresenta pra mim e pra você, como fonte inesgotável desse amor, para que através Dele sejamos capazes de cumprir seu maior mandamento...

Amá-lo e Amar-mos uns aos outros, assim como Ele nos amou!! (Jo 13:34)


Por Cristo, Com Cristo e Em Cristo.
José Idamar Evangelista.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Eu Ainda Acredito na Comunidade da Fé - Parte 2



Porque NELA VIVENCIAMOS O CUIDADO.

Nos versos 8 e 9 do capítulo 4 de Gênesis Caim se revolta contra seu irmão Abel vindo a matá-lo. E o que me chama atenção é a resposta de Caim quando Deus pergunta onde estava Abel: “Não sei; por acaso, sou eu tutor do meu irmão?”

Claro que sabemos a resposta. O real propósito de cuidarmos e sermos cuidados. Um dos princípios da vida em comunidade é este: o cuidado uns com os outros, expressão que aparece no Novo Testamento por pelo menos 64 vezes, princípio que precisa ser restaurado e vivenciado nos dias de hoje.

Quantas pessoas estão frustradas e decepcionadas buscando o que sua comunidade de fé deveria proporcionar a elas.

Estamos o tempo todo lidando com pessoas, nos relacionando e relacionamentos que muitas vezes nos machucam. Você pode estar passando por este momento, vivendo uma situação onde pensa em abandonar sua comunidade de fé. Mas abandonar sua comunidade ainda não é o melhor caminho. Podemos até sofrer menos, mas também deixamos de crescer.

Precisamos buscar alguém com quem possamos compartilhar nossas dores, alegrias; alguém que nos ajude ajustar o foco quando o perdemos; alguém que nos confronte, mostrando nossos erros e pecados; alguém que nos abrace, que caminhe lado a lado conosco.

Por isso te convido a refletir sobre isso e aproveito para perguntar: você tem um discipulador, um mentor espiritual, alguém que você pode se abrir, que caminha, que ora com você, que te confronta, que te corrige, que te ajuda em sua caminhada com Cristo?

Talvez este seja o seu e o problema de muitos cristãos, pessoas que caminham sozinhas.
“Não há como ser peregrino solitário neste caminho. Precisamos desesperadamente de orientação, de direção dentro dele. Hoje, confesso, minha alma necessita mais do que nunca entregar-se a alguém que já conheça e já tenha experimentado muito mais intensamente os altos e baixos desse caminhar, os atalhos a ser evitados, a direção certa nas muitas encruzilhadas, os momentos iluminados do caminho, bem como a ‘noite escura da alma’, quando as sombras nos convidam a desistir”. (Pedreira, 2005: 305 – citado no livro Humanos graças a Deus de Jonathan Menezes)

É certo que enfrentaremos decepções, frustrações, seremos magoados assim como magoamos e machucamos também. Mas é ali em meio a pessoas diferentes, de pensamentos muitas vezes opostos, com vontades divergentes é que temos oportunidade de nos unirmos em Cristo. Sabendo que Ele é o Senhor e está cuidando de nós. Ele vê os sofrimentos e as dificuldades que enfrentamos e posso te afirmar que Ele sempre providencia alguém para manifestar seu amor e sua presença em nossas vidas. 

Eu ainda acredito na Comunidade de Fé... continua.



Rodrigo

domingo, 15 de setembro de 2013

Eu AINDA acredito na Comunidade da Fé - Parte 1

Enquanto o mundo vai se tornando cada vez mais frio, cresce todos os dias, o número dos sem igreja, os chamados evangélicos não praticantes. Aqueles que crêem, mas que não pertencem a nenhuma denominação. Pessoas que se desencantam com a “denominação” porque suas experiências denominacionais não se identificam com as expectativas de Deus para a comunidade da fé.

De acordo com uma pesquisa realizada pelo IBGE, na reportagem O novo retrato da fé no Brasil, publicada pela revista ISTO É em agosto de 2011, é cada vez maior o número de fiéis sem vínculo denominacional. O que antes era de 0,7% saltou para 2,9%, ou seja, mais de 4 milhões de pessoas. Números que infelizmente tendem a crescer, em tempos de individualismo, consumismo, competição, relativização da verdade, onde cada um escolhe o que crer, retirando o que desejam das prateleiras no mercado gospel. Gerando indivíduos enfermos na alma e nos relacionamentos.

Diante deste quadro, talvez você se pergunta: afinal, pra que serve a igreja? Qual a função da comunidade cristã nos dias de hoje?

Destes questionamentos nasceu esta mensagem. Desejo compartilhar com vocês apresentando algumas razões de porque EU AINDA ACREDITO NA COMUNIDADE DA FÉ.



1.      Acredito porque DEUS NOS CRIOU PARA VIVERMOS EM COMUNIDADE.

Assim como o próprio Deus vive em comunidade, Pai, Filho e Espírito Santo. Ele deseja que o homem, que até então no momento de sua criação estava só, tenha a experiência da vida em comunidade. Para isso lhe fez uma auxiliadora e lhes deu filhos, Caim e Abel. Ali foi formada a primeira comunidade a qual o ser humano pôde vivenciar: a família. Criada com o intuito de cuidarem uns dos outros, viverem em comunhão, intimidade e amor.

É na comunidade que se concretiza a oração de Jesus a respeito de Deus e seus discípulos: “que sejam um”. É na comunidade que experimentamos a vida em comunhão. Precisamos entender que comunhão não tem haver com unanimidade e igualdade, onde todos pensam o mesmo e são iguais. Comunhão é unidade na diversidade; é ter Cristo como centro; é partilhar. Ler Atos 2: 42-47.

Cristo é o elo que nos une. E a comunidade da fé deve ser esse lugar de se manter viva a obra e as palavras de Jesus; de se manter viva a oferta do amor de Deus em resposta a solidão humana; lugar de aceitação, perdão, de reconciliação. Lugar de vida e de transformação, onde a presença e o Reino de Deus sejam manifestos a todos. Onde a cada dia novas pessoas sejam alcançadas e se sintam parte daquela comunidade estando prontas para cuidar de outras.

Eu ainda acredito na Comunidade da fé... continua.


Rodrigo

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

O DEUS QUE LIBERTA O SEU POVO - ENSAIO À LUZ DE JOSÉ COMBLIN






“O vento sopra onde quer...” (Jo 3:8).
 

Sem o compromisso de uma análise exegética aprofundada, as palavras de Jesus no texto do evangelista João traduzem a liberdade que há no agir e no manifestar do Espírito Santo. Uma liberdade tão sonhada e tão desejada, algumas vezes consciente ou inconsciente, mas real na vida de todas as pessoas, independente do credo ou da religião.
Todos anseiam por liberdade! E algumas pessoas parecem ter recebido da parte do próprio Deus a capacidade de dar significado a essa palavra.
José Comblin foi uma dessas pessoas, cuja vida de dedicação ao Reino de Deus era pautada na ânsia de fazer do Evangelho um instrumento transformador de realidades. Algo que fosse muito além dos simples discursos e homilias, mas que ganhava vida através das pessoas que eram apresentadas a Ele. Dessa forma a liberdade tão pregada pelo Evangelho e tão buscada pelo homem e pela mulher ganhava sentidos, forma e corpo.
José Comblin, ou simplesmente Padre José para as pessoas que o conheciam, nasceu em Bruxelas, na Bélgica no ano de 1923, fora ordenado sacerdote católico em 1947 e graduado como doutor em Teologia pela Universidade Católica de Louvain, na Bélgica.
Foi conquistado pela América Latina desde muito cedo, onde a partir de 1958 começou a dedicar sua vida como clérigo e também como professor e discipulador. Atuou em países como o Chile e o Equador, mas foi no Brasil que viveu boa parte dos seus dias até a chegada da sua morte em 27 de Março de 2011, aos 88 anos.
Com os olhos sempre voltados à desigualdade social que imperava e ainda impera nesses países, e com um censo crítico graduado contra a estrutura eclesiástica existente, Comblin foi um dos maiores expoentes do cenário da Teologia da Libertação, tendo uma preocupação enfática e prática com a vida e a realidade dos menos abastados.
Neles Comblin enxergava a ação e a necessidade da verdadeira libertação proposta pelo Evangelho de Cristo. Para ele os pobres constituíam a verdadeira igreja de Deus e através deles se manifestava a vocação libertadora do Espírito Santo.
A liberdade teria, na visão de Comblin, papel fundamental na vida da igreja através do Espírito Santo. Ele fora duramente um crítico do sistema religioso na qual a igreja tinha se transformado. A igreja como instituição havia virado as costas para a ação do Espírito Santo no papel de força motriz da máquina da redenção.
Seu chamado era o de um evangelho prático, assim como Jesus havia deixado claro que enviaria seu Espírito à igreja para junto com ela, instituir seu Reino, a vocação de Comblin se traduzia numa teologia construída no dia a dia, na vida das pessoas, na caminhada.
Essa intimidade na qual ele coloca a pessoa do Espírito Santo com o seu povo nos revela uma maneira inovadora de olhar que nos ajuda a perceber e compreender essa relação, uma relação que nos tira da inércia, que nos coloca em ação. É a essa capacidade de se libertar, de se libertar muitas vezes de sí mesmo que Comblin atribui uma experiência viva, real e íntima com o Espírito Santo.
Recentemente tivemos no nosso país um acontecimento único e digno de retratar as idéias de Comblin a respeito da ação transformadora do Espírito. O povo no Brasil não vivia uma realidade como essa há tempos. Uma geração inteira viveu no silêncio da repressão, da exploração, da desigualdade social, das roubalheiras políticas. Todas essas coisas acontecendo, o mal instituído no sistema, reinando e brincando com a cara do povo numa cômoda impunidade; e a igreja, o povo de Deus que deveriam ser os atalaias denunciando tanta injustiça, segue vivendo trancados dentro de seus templos uma espiritualidade surreal e mística.
Comblin retrata bem isso, não foi de dentro das igrejas que surgiram os primeiros gritos, não foi através de nenhum eloqüente sermão que se iniciaram as manifestações, mas foi de um povo cansado de ser explorado que se uniu e descobriu a força que possuem quando agem juntos. E se Deus é o senhor de todas as coisas, podemos afirmar que o Seu Espírito move essa nação rumo à liberdade.
Cabe a igreja acordar e aproveitar essa iniciativa dada pelo Espírito de Deus e agir levando seu povo a clamar por justiça, a se libertar... Infelizmente não tenho visto isso acontecer, pelo menos não até o momento em que escrevia esse texto.
Porém o pensamento de Comblin também nos ensina que não se detêm a ação do Espírito. Por mais inerte que a igreja possa estar, ainda assim com certeza ela será usada para trazer grandes testemunhos, vem sendo assim durante toda a sua historia, querendo Deus, as pedras clamam!!
Em um dos seus livros Comblin ressalta que as palavras de Jesus iluminadas pelo Espírito despertam nas pessoas sentimentos e movimentos muitas vezes escondidos, pouco espetaculares na verdade, mas numa mistura de força e fraqueza que fazem a igreja mover-se.
Percebo isso em mim mesmo e na maioria dos colegas de caminhada com quem converso. É como se nossos pensamentos e expectativas fossem, de certo modo, todas regidas pelo mesmo maestro, numa sinfonia tocada muitas vezes em tons diferentes, mas com a mesma melodia. Ainda que cada um, com as suas limitações e medos, não corresponda ao desejo de conquistas espetaculares que nossos lideres anseiam, temos dia após dia deixado que esse Espírito realize através de nós pequenas e simples amostras de libertação.
O vento sopra onde quer, e sopra como e da maneira que Ele quer. Nas palavras de Comblin, muito mais do que manifestações carismáticas reduzidas a experiências sensitivas, mas ativo e atuante em toda a história, fazendo história, mudando a história.
E no seu mover traz consigo liberdade, uma liberdade que talvez estejamos tendo a oportunidade de vislumbrar ainda no nosso tempo.


Por Cristo, Com Cristo e Em Cristo.
Idamar.


Baseado no livro: O Espírito Santo e a Libertação - O Deus que Liberta seu Povo, José Comblin, 1988.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Perfeitos demais

Conceitos, quantos são os que nos deparamos todos os dias. Definições, afirmações, conclusões, ações e tantos ões. Um destes conceitos diz que os animais são seres irracionais enquanto que nós seres humanos os racionais, mas diante de algumas atitudes fico me perguntando: quem é o ser racional?  

É impressionante como nos dispomos quando algo é do nosso interesse e de certa forma nos traz alguma vantagem ou satisfação, desde que esteja de acordo com nossa vontade, claro. Ouvimos, lemos e até sabemos o que é ser um cristão, mas as palavras que saem dos nossos lábios e os atos parecem condizer com qualquer pessoa, menos com Cristo. Somos prontos para reconhecer o erro alheio, mas tardios em olhar para dentro de nós e enxergar como temos tratado o próximo. Rápidos em apontar e acusar, no entanto como é difícil estender a mão e dizer: eu te ajudo. Nos fechamos dentro do conforto dos que pensam como nós, excluindo os diferentes. Exaltamos os defeitos virando os olhos para as qualidades. 

Lamentavelmente a igreja é o único "lugar" em que o corpo rejeita os próprios membros e as consequências podem ser comparadas ao nosso corpo. Um membro machucado faz com que todo o corpo adoeça, um órgão que deixa de funcionar pode levar o organismo todo a falência e consequentemente à morte. 

Talvez seja por isso que existem tantos mortos-vivos e irracionais por ae. 

Cristianismo não existe sem Cristo!


Incomodado Rodrigo.

terça-feira, 28 de maio de 2013

IR E ENVIAR - SIM BRASIL 2013





Pelo segundo ano consecutivo estive no Congresso de Missões da SIM Brasil, que aconteceu nos dias 24, 25 e 26 de Maio. Estavam lá comigo meus companheiros de caminhada e parceiros aqui do Blog, Rodrigo, Thiago e muitos outros irmãos.
E como não podia deixar de ser, foi mais uma vez uma experiência incentivadora e desafiadora.
Incentivadora porque desperta aqueles corações que amam a obra, mas que muitas vezes estão mergulhados no comodismo religioso e desafiadora pois instiga aqueles que acham que já fazem demais em prol do Evangelho.
Histórias como a do casal de missionários Hans e Úrsula Fuchs são exemplos que enchem os nossos olhos e nossa alma de contemplação do quanto Deus é grandioso e capaz de fazer coisas tremendas com a vida de uma pessoa quando ela decide ouvir e obedecer a seu chamado. Ou ainda através das palavras do diretor da SIM na Austrália Omar Djoeandy que nos chama a atenção pra importância tanto daquele que é enviado como o que envia!
E esse ano muito se falou no “ir e enviar”; a importância que existe numa boa equipe de retaguarda, dando todo o tipo de suporte ao que está no campo.
Daí o pensamento que se extrai é que todos nós, convertidos em Cristo Jesus e obedientes a sua vontade, somos missionários. Nossa missão é pregar o evangelho, direta ou indiretamente, assim todos nos tornamos missionários.
Bem observado pelo broder Rodrigo, e indo de encontro com o que disse a convidada da SIM-Austrália, Ângela Ngian, muitas vezes ficamos esperando o Senhor aparecer numa sarça ardente, nos convocando ao trabalho missionário, como se esse trabalho já não tivesse sido anunciado por Jesus através da sua “Grande Comissão” – ir e fazer discípulos (MT 28:18).
Espiritualizamos demais quando deveríamos ser racionais, somos racionais demais quando dependemos do Espírito!!
E foi nesse encontro também que fomos convidados a olhar de modo diferente as escrituras e enxergar coisas novas de uma maneira que só a palavra de Deus, tem o poder de revelar.
Quando pensamos na grande comissão, na maioria das vezes nos concentramos no “Ide” e a partir dele construímos uma série de objeções, levantamos obstáculos, como se absolutamente tudo dependesse apenas de nós...
Mas a palavra de Deus é clara quando vemos o que disse Jesus: “...Todo o poder Me foi dado no céu e na terra”.
Toda a autoridade é dada a Ele em TODO o céu e em TODA a terra!! Então não se trata simplesmente de ir, de exercer sua obrigação missionária, mas de ir como representante daquele que comanda toda a criação, até os confins da terra!!
E não só somos seus representantes, como também não estamos sozinhos nessa empreitada, pois Ele disse: “... E eis que estou convosco todos os dias até a consumação do século”
Esse é o “Ide”, pregar o Evangelho em nome Dele, sob a direção Dele e na companhia Dele! Que revelação tremenda!!
Somos seus instrumentos, indo ou enviando, como um corpo coeso e consciente do seu papel, seja do outro lado do mundo ou aqui mesmo onde estamos, servindo nessa grande MISSÃO!!!

Por Cristo, com Cristo e em Cristo;
José Idamar Evangelista.




Confira Também: SIM BRASIL 2012

Ou assista às palestras direto do site da SIM Brasil: Palestras SIM 2013.