segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

O PEQUENO KALLEL - UMA PARÁBOLA SOBRE O CUIDADO DE DEUS!







Certa feita fui a uma das belas cachoeiras da cidade de Faxinal com um grupo de amigos. Um deles, chamado Idamar, foi com sua esposa e filhos; o menor chamasse Kallel. Era um dia agradável: céu azul com bem poucas nuvens, o sol estava brilhando em toda a sua intensidade, e a temperatura estava elevada. Para chegar até a cachoeira passamos por uma trilha, uns trinta minutos de caminhada.

Enquanto caminhávamos, o pequeno Kallel, empolgadíssimo com a caminhada, não queria outro lugar senão estar a frente de todos. Se em algum obstáculo era necessário que um adulto passasse à frente, logo ele conseguia um jeito de tomar a dianteira novamente. Durante a caminhada ele não se preocupou em nenhum momento em estar perto do pai. Ele se sentia perfeitamente capaz de seguir a trilha e chegar à cachoeira conduzindo a todos.

Enfim, chegamos à cachoeira. A visão era esplêndida. E ali, uns trinta metros próximos ao pé da cachoeira, ficamos a contemplar aquela beleza da natureza por alguns minutos. Era o ponto alto da caminhada. Pois o objetivo da caminhada era chegar à cachoeira, com uma pitada de aventura.

Enquanto as nossas esposas se contentaram em se banhar nas águas próximas onde estávamos a contemplar a cachoeira, nós preferimos nos aproximar mais, e o pequeno Kallel foi conosco. Foi uma escalada de uns cinco minutos. Haviam diversas rochas escorregadias. Mas, ao chegarmos lá, a vista era muito melhor. Agora não apenas a víamos, mas a sentíamos bem próximo a nós.

Na posição anterior podíamos encará-la com muita facilidade. Mas, quando chegamos até onde a água caía, não conseguíamos mirar a cachoeira por muito tempo. O máximo que conseguíamos fazer era dar pequenas olhadelas. O vento era muito forte, e a água nos impedia de permanecermos a olhar detidamente.

A experiência de estar ao pé daquela cachoeira é indescritível. Não podendo fitá-la por muito tempo nos contentamos em sentar nas pedras, e ali permanecemos de costas para a cachoeira. Ali, sem poder contemplá-la fixamente, nos a podíamos ouvir, sentir seus respingos, o vento que ela gerava, e também sentir o cheiro agradável que aquela queda d'água proporcionava ao ambiente. Entre as rochas que a cercavam nos sentimos como em um santuário da natureza. Talvez ali também valesse as palavras de Deus a Moisés: "aqui é terra santa". A sensação era simplesmente indescritível.

Durante a caminhada a temperatura estava elevada, mas, ali, aos pés da cachoeira, devido ao frescor das águas, estava frio. Entretanto, aqui entra a lição que vi no pequeno Kallel. Enquanto escalávamos as rochas para chegarmos ao pé da cachoeira, no início foi difícil controlar o impulso desbravador daquele pequeno garoto. Porém, quanto mais nos aproximávamos, mais próximo ele ia ficando do seu pai.


Quando chegamos ao pé da cachoeira, embora estivéssemos no lugar mais belo e recompensador da caminhada - ali mesmo, onde vivíamos uma experiência contemplativa da beleza e sacralidade do lugar - o Kallel rapidamente buscou segurança nos braços de seu pai. Aquele garotinho corajoso e desbravador, em meio a beleza surreal do local, que também lhe causava temor, encontrou segurança para desfrutar daquele momento somente nos braços do seu pai.

Foi uma lição e tanto sobre a segurança que desfrutamos nos braços do Pai celestial. Quantas vezes sentimos que sabemos tudo, que somos independentes, que nossa braveza e coração desbravador nos bastam. O lugar onde o Kallel percebeu a segurança que os braços de seu pai lhe conferiam não foi em meio a trilha, onde ele podia sentir autoconfiança - a trilha em nada se comparava aquilo que desfrutamos ao pé da cachoeira.

Quando chegamos ao ápice da nossa caminhada, no momento mais deslumbrante da caminhada, aquilo causou temor no coração do pequenino Kallel. E somente ali ele percebeu a segurança que os braços de seu pai lhe conferiam. A experiência do local, repito, era indescritível, porém, ao pequeno Kallel só foi possível desfrutar aquele momento enquanto seguro nos braços do pai.
Creio que assim somos nós nos momentos mais deslumbrantes da vida - esses momentos em que ficamos extasiados e maravilhados com o mistério divino - o temor nos toma o coração. No entanto, isso nos faz reconhecer que o melhor lugar do mundo para vivenciar o momento é quando nos encontramos escondidos, sentindo-nos seguros, nos braços do nosso Pai Celestial.



 Cezar Flora
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quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Invista no Reino, invista em pessoas


     Investir em algo que não me trará retorno aparenta ser um bom negócio? Creio que não. No entanto ao olharmos para os valores do Reino de Deus alguns itens da lista sobre investimento não nos trazem qualquer afirmação de “lucros” se assim pudéssemos denominar. 

     Serei mais específico. Investir num relacionamento em que não se receba algum benefício em troca não é legal. Certo?! Talvez. 

     Ao falar sobre investir no Reino de Deus logo vem a mente, dinheiro, ofertas, dízimos, como se Deus precisasse. Mas investir no Reino é investir em pessoas. Mesmo aquelas que aparentemente ou nunca renderão algum tipo de “fruto”. Jesus caminhou com homens e mulheres que não tinham muito o que oferecer, e foi um exemplo do que é investir em pessoas. 

     Olhando para a Igreja hoje vejo pessoas andando, conversando, investindo naqueles e naquelas que geram benefícios. Não que isso seja errado, o problema é que sempre se cai no extremo. E o que se vê são pessoas abandonando a fé. Soldados sendo abandonados no campo de batalha. 

     Por esse motivo me convenço mais de que o andar com Cristo é pela fé e não por vista. 


2ª Coríntios 4.16-18
16Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia. 17Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; 18Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas.


 Rodrigo

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

O ESCÂNDALO DA SIMPLICIDADE






Em determinada altura de seu ministério Jesus retornou à cidade onde fora criado, Nazaré. Chegando o shabbat (sábado), dirigiu-se à sinagoga. Naquela ocasião foi-lhe dada a oportunidade de falar, e passou a ensinar. Ao ouvir as suas palavras a multidão se maravilhava.

Considerando o contexto literário proposto por Marcos para este episódio, as pessoas presentes deveriam ter em mente o que Jesus operara em outros lugares (curas, expulsões de demônios, etc).

Enquanto Jesus falava, inúmeros questionamentos foram surgindo. "De onde lhe vêm estas coisas? e que sabedoria é esta que lhe foi dada? e como se fazem tais maravilhas por suas mãos?" (Mc 6,2). Marcos e Mateus dizem que estas perguntas foram originadas pelo maravilhar-se das pessoas ante Jesus. Logo iniciaram-se as primeiras considerações a respeito da identidade daquele que, naquele momento, maravilhava a multidão. "Não é este o carpinteiro, filho de Maria, e irmão de Tiago, e de José, e de Judas e de Simão? e não estão aqui conosco suas irmãs?" (Mc 6,3). Aquele que chamava a atenção era um homem simples, e do povo.

Mas, infelizmente, a simplicidade que envolvia a figura de Jesus tornou-se motivo para que o coração dos ouvintes se escandalizasse. Marcos diz: "E escandalizavam-se nele" (Mc 6,3). Na mente dos conterrâneos de Jesus o extraordinário de Deus era incompatível com a figura simples do homem que lhes falava. A simplicidade tornou-se escândalo, e o coração fechou-se na incredulidade.

Somos fascinados pelo fantástico! Tudo o que é extraordinário nos encanta. Porém, na grande maioria das vezes buscamos a fonte do divino em figuras ou ambientes requintados. E constantemente consideramos a simplicidade incompatível com um canal do extraordinário.

Jesus, a Revelação máxima e definitiva de Deus, assumiu a simplicidade de um carpinteiro, O Carpinteiro de Nazaré! Mãos calejadas, talvez algumas marcas de pequenos acidentes de trabalho, enfim: um homem simples!

A verdade é que a simplicidade como fonte do extraordinário nos incomoda. Buscamos os grandes, aqueles que estão em destaque, aos que, segundo nossos critérios, se tornam "a" fonte. E perdemos a capacidade de ver o agir de Deus através da simplicidade.

 Cezar Flora

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

ORAÇÃO E RELACIONAMENTO






Lucas 18:01-08




Muitos falam a respeito do “relacionar-se com Deus” e nesse falar dão muitos significados a termos como santidade, espiritualidade, obediência, gratidão, vida nova e etc...
Todas essas coisas fazem, sem dúvida alguma, parte da empreitada humana em se relacionar com o seu Deus, e Ele com a humanidade. No entanto, em todas elas, assim como em toda atitude relacional, existe a necessidade insubstituível do diálogo, da interação. Interação nem sempre verbalizada na sua forma mais comum, através das palavras, mas também com gestos, gemidos, com sensações e sentimentos, com olhares e lágrimas, com sorrisos e indagações... Ainda que expressada das mais diversas maneiras, sempre chegarão ao trono do Pai em forma de uma Oração! Desse modo, a oração é o que liga a criatura ao criador!

No Evangelho de Lucas no capitulo 18 versus 01 ao 08 encontramos a parábola do Juiz Iníquo, que apesar de aparentemente simples, trás consigo uma infinidade de temas teológicos significativos, entre eles a importância da oração na vida do Cristão.
Nós encontramos praticamente quatro personagens nessa parábola: A VIUVA que naquele contexto era sinônimo de repressão e de desprezo. O JUIZ iníquo representado como um homem insensível e duro de coração, o ADVERSÁRIO da viúva da qual não se tem muitos detalhes e por fim DEUS como o justo e misericordioso.

O que liga todos esses personagens no enredo da historia é uma necessidade que surge e que é resolvida, solucionada através de um ato de perseverança. Perseverança na oração!
O tema central da parábola, sem duvida, não é só a oração, mas a perseverança na oração, o ato de perseverar, de se manter firme num determinado propósito, buscar, correr atrás de um objetivo. Assim a perseverança na vida cristã caminha junto com a oração, e essa se apropria da outra num ato de inquietação...
Jesus diz logo no inicio do trecho do Evangelho – “ ...O dever de orar sempre...”

Na parábola nós observamos o exemplo de uma mulher, uma viúva, a insistência daquela mulher em sair todo dia do seu lar. Não temos essa informação, mas sabe-se lá a distancia que ela teria que percorrer, e muito provavelmente ela não teria acesso ao juiz da maneira como deveria ser, é provável que ela ficasse as espreitas, esperando a saída ou a entrada daquele homem, mas era a única coisa que ela podia fazer. E mesmo tendo todas as circunstâncias contra ela naquele momento, perseverou no seu propósito.

Sua insistência se traduz numa oração sincera, que só poderia ser feita por alguém que realmente estivesse precisando de ajuda, e ela não desistiu...
Quantas vezes desistimos por tão pouco, quantas orações já deixamos perdidas no passado, quantas vezes já não lançamos mão de sonhos e projetos por pura falta de convicção. O Senhor sabe todas as coisas, mas espera ver em seus filhos a força necessária para pelo menos lutar rumo àquilo que eles sonham, esperam...

Oração é um meio de comunicação, é uma das principais maneiras como nos relacionamos com o Senhor, e ainda que exista aquela idéia de “vida de oração”, ou seja, que a todo o momento, durante o meu dia-a-dia eu estou em freqüente diálogo com Deus, ainda que seja válida essa idéia, a oração requer exílio, requer uma atitude de centralidade, de foco...
Ainda que o orar em conjunto com os meus irmãos seja saudável, orando uns pelos outros, em comunhão etc... É indispensável que você tenha um momento particular com Deus, é necessário que você busque perseverar essa pratica na sua vida...

Na maioria das vezes o maior obstáculo no nosso relacionamento com Deus, na perseverança da nossa oração, somos nós mesmos...
No entanto, lendo o texto fica fácil, e eu diria até arriscado, confundir perseverança com insistênciaágua mole em pedra dura, tanto bate até que fura... – Porém me parece que aqui o sentido da palavra seria como uma expressão de caráter, ou seja, tentando definir isso, seria a confiança de que aquilo que você pede é justo perante o Senhor...
E sem medo de errar, podemos dizer que a justiça, na sua mais clara forma caminha lado a lado junto à oração, pois aquele a quem ela se destina é Justo!

Certa vez ouvi o Pastor Ariovaldo Ramos dizer algo como “O homem tem o poder de fazer e até dominar as leis, mas a justiça só quem faz é Deus”, ou seja, o homem executa leis, mas Deus faz justiça!
Na parábola Jesus descreve a figura de um Juiz completamente corrompido, pra isso ele usa os termos “Não temia a Deus, e nem respeitava os homens” pra representar esse caráter. Um Juiz que com certeza fazia a sua própria justiça e é certo que ele devia julgar na lei do “quem dá mais”...

Mas a atitude daquela mulher, a perturbação que ela trazia fez com que ele tomasse a decisão de ajudá-la, para se ver livre dela...
Então Jesus diz no verso 6: “Considerai no que diz este juiz iníquo.”
Entendo que Jesus está dizendo - olhe para esse homem, pense nesse homem, observem suas atitudes e sua maneira de lidar com as situações... Agora veja bem, mesmo esse homem desonesto, corrupto, frente a perseverante insistência da mulher, decide fazer justiça, quanto mais fará o Senhor Deus, nosso Pai,  que é o JUIZ DE TODA A TERRA!!!

Só Deus pode discernir pela justiça, a nossa oração nos conduz a entender e porque não dizer, aceitar essa justiça.
Quando entendemos que a justiça vem de Deus, e que nós somos conduzidos a ela através da oração, nós temos que ser capazes de entender que estamos nos expondo a uma decisão que independe da nossa vontade!
Por isso muitas vezes nossas orações não são atendidas, pois o coração do homem é enganoso, o que achamos que é certo, não é, o que desejamos pensando sendo o melhor pra nós, é pedra de tropeço... Muitas vezes não temos a capacidade de discernir entre o certo e o errado, mas Deus tem, pois ele é Justo e fiel...

O que a parábola nos revela é que se a nossa oração for perseverante e justa Deus não tardará em responder.
E nesse processo, a oração nos leva a fortalecer a nossa confiança nesse Deus, assim ela também caminha junto à fé, que torna maduro (a) aquele (a) que ora...
No verso 8 Jesus termina essa parábola fazendo a seguinte a pergunta: “...Quando vier o Filho do Homem, achará porventura, fé na terra?”
Ora, nós aprendemos que a fé é a certeza de que vamos receber as coisas que esperamos e aprova de que existem coisas que não podemos ver (Hb 11:01 NTLH).
E a oração caminha como um gesto de fé. Como orar sem esperar nada, sem ter a certeza de algo, sem imaginar que alguém está ali com os ouvidos voltados pras suas palavras, isso é fé.
Percebam como as coisas estão todas interligadas, a oração, a fé, a justiça. Jesus diz pra orar sempre e nunca desanimar, porque fé não combina com desanimo!! Tende bom animo (João 16:33): disse Jesus – Tenha fé!

Jesus fala do seu retorno, aqui nos encontramos relatos daquilo que chamamos de Parousia, a volta de Cristo. Uma idéia que nos tempos da igreja primitiva já causava muitos problemas, e que hoje também não vem sendo diferente.
Temos visto hoje uma verdadeira “des-Cristianização” (se é que existe essa palavra) cada vez mais forte, mais operante. Eu não preciso entrar em detalhes quanto a isso, vocês têm acompanhado na mídia, nos meios de comunicação do mundo todo, a relativização dos princípios cristãos, a inversão de valores, a PERDA de muitos valores...

Um verdadeiro cenário de pura confusão, que inevitavelmente nos conduz não só ao enfraquecimento da fé humana em Cristo, mas a distorção dessa fé – a questão não é se o Senhor achara fé na terra, mas será que ele achara fé no Deus de Israel??
A oração perseverante fortalece o relacionamento entre eu e o meu Deus. Eu me torno cada vez mais intimo Dele, e por conseqüência disso, fortaleço minha fé.
A oração me torna capaz de resistir aos “ventos de doutrina” que se levantam a todo o momento ao nosso redor, abre os nosso olhos e ouvidos à verdade, enche o nosso coração de fé no Deus verdadeiro e único.

Não percamos as oportunidades de falar com o nosso Deus, não deixemos de perseverar nos nossos objetivos até que a justa vontade Dele nos leve ao entendimento, enchamos o nosso coração de fé!
Não há lugar especial, não há momento especifico, não há veste, não há nada que nos impeça de orar – já dizia uma frase do escritor francês Victor Hugo “Há pensamentos que são orações. Há momentos nos quais, seja qual for a posição do corpo, a alma está de joelhos!”.

Por Cristo, Com Cristo e Em Cristo.
José Idamar Evangelista.

 

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

O QUE SE VÊ NA TV!



Texto extraido da edição de Setembro-Outubro/2013 da Revista Ultimato.





  João acaba de desligar a televisão e ler os jornais. Eis o que viu, ouviu e leu:
 Certo professor universitário cita Marx e Freud e diz que a fé religiosa não passa de uma fuga da realidade.
 Certo sociólogo propõe que todos os que estão no fim na vida, todos os dependentes químicos irreversíveis, todos os criminosos irrecuperáveis e todos os parasitas do país devem ser agraciados com a morte.
 Para acabar com o risco de um ataque surpresa de armas nucleares, certo militar estuda a estratégia de destruir todos os arsenais atômicos, exceto os de seu próprio país.
 Certa revista acaba de publicar 50 páginas das mais notáveis fotos de nu frontal de homens, mulheres, crianças e adultos.
 Certo historiador volta a negar a existência de navios negreiros afundados por navios britânicos na época da escravatura e a existência de campos de concentração na época do nazismo.
 Certo arquiteto oferece seus préstimos para modernizar os velhos templos cristãos, retirando todos os púlpitos, os sacrários, as sacristias, os confessionários e coisas afins para sobrar espaço para os gazofilácios, a banda e uma arena de danças e espetáculos.
 O conselho de certa igreja resolve distribuir preservativos todos os domingos para todas as crianças da escola dominical com mais de 12 anos.
 Certo senhor de 60 anos, por volta das duas horas da madrugada, sai do seu quarto e entra no quarto da netinha de seis anos para abusar dela.
 Os brancos de certo país retornam ao poder e acabam outra vez com os direitos dos negros.
 Certo seminário põe na rua todos os seus alunos sob a acusação de promiscuidade e fecha as portas.
 Certo grupo religioso oferece excelentes salários a pastores que sabem atrair multidões e pregar com sucesso a prática do dízimo.
 Certo acordo internacional entre nações ricas autoriza o afundamento de navios e a derrubada de aviões que transportem imigrantes de países pobres para os seus.
 Certo governo manda para a cadeia qualquer pregador que condene os gays e qualquer profissional da área de saúde mental que receba em seu consultório o homossexual que deseje mudar a preferência sexual.
 Certo projeto de lei que revoga a proibição do porte de armas tramita no Congresso de certa nação. Segundo essa lei, qualquer pessoa acima de 18 anos, não importa o gênero, pode carregar uma arma de baixo calibre na pasta, na bolsa ou na cintura para não ser molestada nem assaltada.
 Depois de desligar a televisão e fechar os jornais, o apóstolo João pegou a pena e terminou de escrever sua Primeira Carta: “Todo o mundo a nossa volta se encontra sob o poder do Maligno” (1Jo 5.19, na versão de J. B. Phillips).



 

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Eu Ainda Acredito na Comunidade da Fé - Parte Final




Vimos anteriormente que ainda acredito na comunidade da fé, porque fomos criados para viver em comunidade, porque na comunidade vivenciamos o cuidado uns aos outros e porque...

 NELA MANIFESTA-SE O AMOR!

Jesus em sua última semana, antes de sua morte, entregou um novo mandamento para seus discípulos, João 13:34-35.

Muitas vezes focamos nossa visão naquilo que nos fizeram de ruim ou naquilo que deixaram de fazer, mas não olhamos o que fizemos ou deixamos de fazer por alguém que precisava de mim.

O amor deve estar além do nosso discurso, mas impregnado em quem nós somos, nas ações do dia a dia, de modo simples e natural, fazendo parte de nossa essência. Onde o “eu” é substituído pelo “nós”. A exemplo dos cristãos do primeiro século que se dedicavam uns aos outros de forma voluntária.
Cristianismo é viver em direção ao outro. Precisamos nos agarrar nos ensinamentos do Mestre e crer que é Ele quem nos capacita.
Deus nos criou para vivermos em comunidade; para que fossemos cuidados uns pelos outros; para que manifestasse seu amor.

Assim como eu você pensa ou já pensou em desistir? Ao olhar para sua comunidade você não vê esperança? Quem sabe já perdeu até mesmo a vontade de congregar?

Quero te dizer que há esperança e que podemos ser e fazer a diferença onde estamos. Digo a você que a obra é de Deus, que não está ausente nem indiferente ao que passamos. Não desista, não pare! Oremos para que não entremos na estatística dos sem igreja. Lembrem-se de que o nosso trabalho no Senhor não é vão. Ele está contigo, Ele está conosco. Aleluia!


Rodrigo   

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

O AMOR PROCEDE DE DEUS!!





“Simão, filho de Jonas, tu me ama?” ( Evangelho de João Cap. 21:15 a 17)


Durante toda a história que encontramos na narrativa bíblica das Escrituras Sagradas encontramos o nosso Deus numa busca rumo ao relacionar-se com a sua criação. Desde Genesis até Apocalipse, o Pai age não só tomando a iniciativa, mas também estimulando a humanidade nesse relacionamento. E nessa ação, ao contrario de toda aquela onda de oportunismos e interesses que permeiam os sentimentos humanos, nós encontramos um sentimento autêntico, onde há justiça, mas também compaixão, onde há cumplicidade, e a manifestação do mais puro amor!!

João 03:16 diz que “.. Deus amou o mundo de tal maneira que entregou a vida do seu filho, Jesus, em prol da humanidade...”

Somente aquele que é capaz de amar deliberadamente e poderosamente pode se doar de tal maneira...
E nós, entretanto, passamos a nossa vida toda construindo ou tentando construir laços de afinidade, alguns desses laços permanecem, outros desaparecem ou se perdem pelo caminho. Contanto, em todos eles amor é o sentimento que rega, que alimenta esses relacionamentos, é ele que determina o sucesso ou o fracasso deles... Mas de onde vem esse amor?

Pedro amava o Senhor Jesus, sem dúvida nenhuma ele O amava. Porém esse amor se revela um sentimento incompleto, incapaz de suportar provações porque sucumbe à perseguição e ao medo, e pela prevalência do medo ele acaba traindo o seu Senhor.

“O verdadeiro amor lança fora todo o medo...” (1 Jo 4:18) -  É nesse momento que as palavras do Apóstolo João nos viria à mente. E é claro que podemos concordar que o verdadeiro amor é capaz de destronar o império do medo em todas as suas estâncias, mas eu te pergunto novamente: Que amor é esse? O amor que vem de mim tem esse poder? De onde vem esse amor?


Pois é no mesmo trecho bíblico que nós encontramos a resposta: “...O amor procede de Deus” (1 Jo 04:07) – Pois Deus é amor!

Se olharmos pro texto original em grego do Evangelho de João no capitulo 21 versos 15 a 17 encontraremos um jogo de palavras onde são empregadas os verbos Ágape e Fileo, duas conhecidas representações sobre o sentimento do amor.

Primeiro Jesus pergunta se Pedro o amava – “Simão tu me amas?” - utilizando o verbo ágape (vs 15), ou seja, o amor verdadeiro, o primeiro amor, o amor do Criador para com a criatura. E Pedro ciente de que não era capaz de amar à altura e ainda constrangido com o que havia acontecido, responde utilizando o verbo fileo“Sim Senhor, sabes que te amo.” -  o amor humano, imperfeito, incompleto, o amor que pode se tornar vulnerável frente a qualquer circunstância.

Mas no verso 17 Jesus inverte os termos e emprega a palavra fileo na pergunta a Pedro, ou seja, ele enxerga que Pedro assim como todos nós era um homem falho, e de certo modo Ele aceita a resposta do apostolo. Deus busca o nosso amor, mas Ele mesmo sabe que nós somos incapazes de praticá-lo sem a dependência Dele. E Pedro, como o texto diz, entristecido responde confirmando aquilo que Jesus podia perceber - “Senhor tu conheces todas as coisas, sabe que eu te amo...”

Aqui vemos a humildade necessária que cada um de nós devemos ter pra dizer: Senhor tu sabes que eu sou um pecador, e que eu sou limitado na minha maneira de amar, sou completamente dependente do Senhor, meu sentimento ainda incompleto só pode se tornar completo por intermédio do Senhor...

Penso que isso se aproxima daquilo que o Apóstolo Paulo disse na sua carta aos Romanos no capitulo 07 versos 19 – Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse eu faço – Dói fazer o bem, gasta tempo, atrapalha, às vezes custa caro. Nosso amor é imperfeito; por mais caridoso e generoso que possa ser o homem ou a mulher, ele é facilmente convertido em egoísmo e individualismo.

É no criador que se revela a perfeição dos relacionamentos. É em Cristo que famílias são construídas da maneira como devem ser, pilares da sociedade, firmes sobre a rocha, onde o homem conhece o seu lugar, respeita a sua esposa e ela a ele. Onde os filhos são capazes de honrar seus pais, e esses por sua vez conseguem mostrar o caminho certo por onde os filhos devem andar. (Ef 05 e 06), (Pv 22:6)

Em Jesus é que os jovens podem abandonar todo o egocentrismo comum dessa idade, olhando uns para os outros como pessoas e não como objetos, que são usados e descartados a todo o momento. Nesse amor eles seguem vivendo tudo aquilo que a sua juventude é capaz de lhe proporcionar, mas cientes da responsabilidade que tem/terão diante do Senhor. (Ec 11:09)


É só em Jesus que o amor derruba tabus, desfaz paradigmas a ponto de eu olhar pro meu irmão caído na estrada e reconhecê-lo como meu próximo, deixando de lado todo tipo de preconceitos e não pensando em absolutamente mais nada a não ser ajudar... (Lc 10:30,37)

Nele o amor transforma servos em amigos, e servir deixa de ser um jugo, doar-se não é perder, mas ganhar. (Jo 15:13,15). Em Jesus o amor transforma amigos em irmãos!! (Pv 17:17)

Só à luz do amor de Cristo um pai é capaz de receber o filho que um dia virou as costas pra ele e para tudo mais, e ficar tão alegre a ponto de sentir como se aquele filho tivesse voltado à vida. É só nesse amor que esse mesmo filho consegue enxergar tudo que deixou pra trás e tomado de arrependimento, voltar a viver. (Lc 15:11,32)

Só esse amor tem poder para ressuscitar mortos e também vivos, anunciar liberdade, libertar cativos, trazer vista aos cegos... (Lc04:18,19)

E cego somos eu e você que mesmo tendo uma boa visão, muitas vezes não enxergamos que não somos capazes de amar sozinhos, não percebemos que relacionamentos vivem na dependência do outro, que o outro é o espelho por onde se reflete todo o afeto...

No dialogo entre Jesus e Pedro, a intenção do Mestre era avaliar o quão sólido era o relacionamento que existia entre o Apóstolo e Ele. O sentimento que partia de Pedro deveria não só alcançar a Jesus, mas também ir além e dar conta de cuidar do seu rebanho, suas ovelhinhas, e Simão não teria conseguido sozinho.

E do mesmo modo, Jesus se apresenta pra mim e pra você, como fonte inesgotável desse amor, para que através Dele sejamos capazes de cumprir seu maior mandamento...

Amá-lo e Amar-mos uns aos outros, assim como Ele nos amou!! (Jo 13:34)


Por Cristo, Com Cristo e Em Cristo.
José Idamar Evangelista.